Da Redação
MANAUS – O Governo do Amazonas pagará salário mínimo (R$ 1.100,00) a 240 brigadistas contratados para combate a queimadas no Sul do estado. Entre salários e capacitação serão gastos R$ 2,6 milhões. Os recursos são do governo e do Banco Alemão de Desenvolvimento KfW. Os brigadistas formam o efetivo da Operação Tamoitatá de combate a incêndios e desmatamento ilegais. Antes, os brigadistas eram voluntários.
A força-tarefa também receberá reforço de R$ 615 mil em novos equipamentos, entregues na manhã desta segunda (16) pelo governador Wilson Lima, que anunciou a remuneração. A operação foi deflagrada em abril deste ano nos municípios do chamado arco do desmatamento, no Sul do estado.
De acordo com o governo estadual, essa é a primeira vez que brigadistas serão remunerados para atuar no combate às queimadas. Dos 240 que serão contratados, 175 já foram selecionados. Os outros 65 serão escolhidos por edital.
A Tamoiotatá possui 137 servidores do Estado na mesma função e terá 312 pessoas na força-tarefa. Duzentos deles atuarão em três bases localizadas em Apuí, Humaitá e Lábrea (a 453, 590 e 702 quilômetros de Manaus, respectivamente).
O restante corresponde a 112 brigadistas para atuar na contenção de pequenos e médios focos de calor. O reforço será para os municípios de Manicoré (20 brigadistas), Novo Aripuanã (24 brigadistas), Boca do Acre (38 brigadistas) e Canutama (30 brigadistas).
O diretor do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), Juliano Valente, disse que essas áreas são as mais afetadas por crimes ambientais como grilagem, uso irregular de terras, extração ilegal de madeira e garimpo.
“Os municípios cresceram em torno de grandes assentamentos e ficam na fronteira com outros estados como Roraima e Pará, que têm a característica de uso dos recursos naturais. Tudo isso, esse fator de ocupação somado com a fronteira, faz com que a área seja sensível. Existem ocupações legais, mas tem muita especulação mobiliária, tem muita grilagem de terra”, explicou. A operação também terá a participação de policiais civis e militares.
Novas tecnologias
Entre os aparelhos entregues nesta segunda estão abafadores, óculos de proteção, bolsas de hidratação e foram adquiridos pela Secretaria de Segurança Pública por meio do projeto “Floresta Viva”, que conta com verbas repatriadas da operação “Lava Jato”.
As ações em campo serão implementadas com o uso de geotecnologia para monitoramento ambiental remoto, que inclui uso de drones que custaram R$ 1,7 milhão, recursos provenientes do Banco KfW.
(Colaboraram Jullie Pereira e Murilo Rodrigues)