Da Redação
BRASÍLIA – Ao protestar, nesta quinta-feira, 25, contra a demissão de Rebecca Garcia do cargo de superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), o senador Eduardo Braga (PMDB) deixou claro o seu desembarque da base aliada do presidente Michel Temer.
A demissão de Rebecca Garcia, indicação de Braga, teria sido uma retaliação de Temer ao voto do senador na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) favorável à questão de ordem apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) contra a leitura do relatório sobre a reforma trabalhista naquele colegiado.
Dos cinco votos do PMDB na CAE, Braga e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) votaram com a oposição resultando num placar apertado de 13 a 11 favorável ao governo. “Eu não quero acreditar é que, pelo fato de eu ter exercido o meu voto na Comissão de Economia e Finanças do Senado da República, pedindo para que nós pudéssemos debater um relatório que sequer havia sido publicado nesta Casa, e fazendo isso de uma forma absolutamente democrática, civilizada, o que nós vemos no dia seguinte é a demissão da deputada Rebecca”, protestou, no plenário, sob olhar atento do líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Indignado, o senador diz que o ato foi feito “sem nenhuma comunicação, sem nenhum diálogo, sem nenhuma explicação, a um polo industrial que representa 2% do PIB brasileiro e que representa, nada mais, nada menos, do que 7% do PIB industrial brasileiro”.
Segundo Braga, não há outra explicação a não ser uma indicação política para o cargo. O novo superintendente será Appio Tolentino, indicado pelo senador Omar Aziz (PSD) e pelo deputado federal Silas Câmara (PRB).
Braga diz que as entidades de classe no Amazonas estão estupefatas com uma decisão que todos tomaram conhecimento pelo Diário Oficial.