MANAUS – Reportagem da Revista Época desta semana faz citação ao nome do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) como “padrinho” de uma articulação realizada no Senado e encabeçada pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para agradar ao empresariado do setor elétrico. De acordo com o texto, Eunício fez ajustes na Pedida Provisória n° 688/2015 com o objetivo de compensar usinas hidrelétricas por prejuízos decorrentes da falta de chuvas.
“Em um parecer de 22 páginas, Eunício, que hoje é presidente do Senado, chega a defender que as perdas financeiras das empresas sejam pagas pelo consumidor. O texto final foi aprovado em 4 de novembro de 2015. Um dos padrinhos era um correligionário de Eunício, o senador Eduardo Braga, do Amazonas, à época ministro de Minas e Energia”, diz trecho da reportagem.
Leia aqui a reportagem de Época
O texto traz um link no nome de Eduardo Braga que remete o leitor a outra matéria de Época (coluna Expresso), em que o então ministro de Minas e Energia promete solução para reduzir o custo da energia elétrica para as indústrias.
A revista Época teve acesso a um relatório sigiloso da Polícia Federal em que os investigadores levantam suspeitas de que Eunício Oliveira confeccionou o relatório da Medida Provisória para atender a interesses defendidos por Milton Lyra, um lobista ligado ao ex-presidente do Senado Renan Calheiros e investigado pela Operação Lava Jato, acusado de intermediar o pagamento de propina a senadores do PMDB.
Eunício nega as acusações e diz que não conhece Milton Lyra. Mas em uma de suas operações, a Polícia Federal encontrou em uma escrivaninha da residência de Milton Lyra documentos relacionados à MP 688, relatada por Eunício.
Com base na Medida Provisória 688, a empresa Interligação Elétrica do Madeira, subsidiária da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista, solicitou à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a revisão de um contrato de transmissão de energia e o aumento de R$ 34 milhões da receita anual permitida. O pedido foi negado pela Aneel no ano passado.
Questionada pela reportagem do ATUAL sobre o assunto, a assessoria do senador Eduardo Braga em Manaus disse que encaminharia a demanda para Brasília e prometeu uma resposta ainda hoje.