Da Redação
MANAUS – O presidente Jair Bolsonaro defende armar os habitantes da Amazônia para defender a região de ameaças externas. Bolsonaro afirmou que o armamento civil pode ser um reforço para as Forças Armadas em caso de ameaças externas.
“O Brasil tem uma área que é cobiçada por muitos países que é a região Amazônica. E para vocês, família brasileira, a arma de fogo é uma defesa da mesma e é um reforço para as nossa Forças Armadas porque o povo de bem armado jamais será escravizado”, disse o presidente em visita à Expoingá, no Parque de Exposições de Maringá (460 km de Curitiba). A cidade é base eleitoral do deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do governo na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro defendeu a ampliação da posse e do porte de armas e afirmou que apenas ditadores temem o armamento da população civil. “Somente os ditadores temem o povo armado. Eu quero que todo cidadão de bem possua sua arma de fogo para resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão”, afirmou.
Segundo o presidente, pior que uma ameaça externa é uma “ameaça interna de comunização” do país. Ele citou a Venezuela como exemplo. Bolsonaro foi aplaudido quando disse que o governo dá títulos a assentados, enfraquecendo o MST.
A defesa de armar a população ocorre no momento em que Bolsonaro volta a atacar o sistema eleitoral. O presidente ameaçou contratar auditoria para examinar a votação nas urnas.
Uma das promessas de campanha, a facilitação para posse e porte de arma de fogo foi colocada em prática pelo presidente. Os registros de novas armas na Polícia Federal passaram de 51.027 em 2018 para 204.314 no ano passado. Entre as categorias beneficiadas está atiradores e caçadores.
Desde que assumiu, em 2018, 30 decretos e atos normativos a favor das armas foram publicados, segundo o Atlas da Violência de 2021. Uma das medidas foi zerar o Imposto de Importação para armas compradas no exterior.
A flexibilização foi barrada no Senado e no STF (Supremo Tribunal Federal). No Legislativo, decretos e projetos estão parados por falta de consenso sobre as regras para armamento. No Judiciário, o entendimento dos ministros é de que a liberação pretendida pelo governo é ilegal.