Da FolhaPress
RIO DE JANEIRO – Após reportagem da Folha de S.Paulo revelar que empresas estão comprando pacotes de mensagens contra o PT, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) disse “não ter controle” sobre o tema. A declaração foi dada ao site O Antagonista.
“Eu não tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar providência”, afirmou.
Ele sugeriu ainda que essas ações possam estar sendo feitas por pessoas de esquerda para prejudicá-lo.
“Pode ser gente até ligada à esquerda que diz que está comigo para tentar complicar a minha vida me denunciando por abuso de poder econômico”, disse ao O Antagonista.
O candidato usou as redes sociais para comentar a matéria da Folha de S.Paulo. Ele chamou os tribunais e a imprensa para “agirem” ao replicar uma postagem feita por Felipe Moura Brasil, do Antagonista, na qual ele acusa Fernando Haddad (PT) de espalhar notícias falsas.
Reportagem da Folha de S.Paulo desta quinta-feira, 18, mostrou que empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp e preparam uma grande operação na semana anterior ao segundo turno.
Bolsonaro também escreveu que o PT, seu adversário no segundo turno, não é prejudicado por notícias falsas, mas pela verdade. “Roubaram o dinheiro da população, foram presos, afrontaram a Justiça, desrespeitaram as famílias e mergulharam o país na violência e no caos. Os brasileiros sentiram tudo isso na pele, não tem mais como enganá-los!”
Médicos liberam Bolsonaro para agendas de campanha e debates
Do ponto de vista médico, o presidenciável Jair Bolsonaro está liberado para retomar sua agenda de campanha e participar de debates. O candidato do PSL recebeu, em sua casa, a visita de médicos do Hospital Israelita Albert Einstein na manhã desta quinta-feira, 18. Ele passou por uma avaliação, realizou exames e mostrou ter boas condições de saúde.
A equipe médica saiu sem dar entrevistas, mas divulgou um comunicado informando que Bolsonaro “apresenta boa evolução clínica, e a avaliação nutricional evidenciou melhora da composição corpórea, mas ainda exigindo suporte nutricional e fisioterapia”.
Segundo o médico Antônio Macedo, o único “fator limitante” é a bolsa de colostomia que Bolsonaro ainda carrega. Mais tarde, o médico disse ao Estadão/Broadcast que uma eventual restrição para agenda externa “depende de como ele (Bolsonaro) se sente para ficar longo tempo fora do domicílio”. Ou seja, a avaliação seria pessoal.
Após ser atingido por uma facada em 6 de setembro e passar por duas cirurgias, o candidato do PSL perdeu 15 quilos. Ele já recuperou boa parte de seu peso e, aos poucos, têm retomado agenda de campanha fora de sua casa. Na segunda-feira, 15, Bolsonaro esteve na sede do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Dois dias depois visitou a Arquidiocese do Rio e a Superintendência da Polícia Federal, também na capital fluminense.
Na quarta-feira, 17, Bolsonaro declarou que aguardaria a visita dos médicos para decidir se aceitaria ir a debates com Fernando Haddad (PT). Na ocasião, porém, admitiu que poderia faltar aos encontros mesmo se tivesse alta por questão de “estratégia”.
Fake
Circula nas redes sociais uma teoria segundo a qual Jair Bolsonaro estaria com câncer. A versão considera que a facada sofrida pelo candidato em ato em Juiz de Fora seria, na verdade, uma simulação. Mas a informação sobre a doença, segundo o próprio médico, é falsa. “Não tem câncer. No dia 12 de setembro abri amplamente o abdômen e só tinha consequências da facada, mas não câncer”, afirmou Macedo. (Do Conteúdo Estadão)