Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (28) que os senadores Omar Aziz (PSD) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o deputado Renildo Calheiros (PCdoB-PE) são “bastante espertos” e “querem viver na impunidade”. No Twitter, Omar rebateu: “Presidente, me erre. Atira noutro”.
Bolsonaro respondeu a um apoiador que perguntou sobre a suposta tentativa de cassar o presidente “por um negócio que não aconteceu”, em referência ao suposto esquema ilegal na compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde revelada pelo servidor Luís Ricardo Miranda em depoimento ao MPF (Ministério Público Federal).
“Inventaram a corrupção virtual. Não recebemos uma dose, não pagamos um centavo. Mas as emendas para a Covaxin vieram deles, do Randolfe, do irmão do Renan (Renildo Calheiros) e do Omar Aziz”, afirmou Bolsonaro. O apoiador disse: “São dois patetas”. O presidente respondeu: “Não. Não são patetas. São bastante espertos. Sabem o que querem”, disse.
Ao citar que os senadores buscam a “impunidade”, o presidente defendeu o voto impresso. “Eles querem o Brasil como era antigamente e viver na impunidade. Eles estão fazendo a coisa, para eles, bastante certa. Eles estão de parabéns para o os objetivos dele. E a gente não muda o Brasil se não tivermos o sistema de votação confiável”, afirmou.
No Twitter, Aziz disse que Miranda foi quem acusou Bolsonaro de prevaricar. “Presidente, me erre! Atira noutro! Quem lhe chamou de prevaricador por esconder corrupção foi o deputado Luís Miranda. Mire seu ódio no deputado Ricardo Barros, que deve explicações sobre essa compra superfaturada no Ministério da Saúde do seu governo”, escreveu.
Randolfe Rodrigues também usou o Twitter para anunciar que os senadores protocolaram no STF (Supremo Tribunal Federal) uma notícia-crime contra Bolsonaro. “Não tomou nenhuma providência diante de ter sido noticiado da existência de um gigantesco esquema de corrupção existente no Ministério da Saúde. A prevaricação é crime”, disse.
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Na última sexta-feira (28), Luís Miranda disse, na CPI da Covid, que informou Bolsonaro em março sobre um suposto esquema ilegal na compra da vacina. Na ocasião, segundo o deputado, o presidente disse que sabia que um deputado da base do governo estava envolvido no caso e que levaria a denúncia a Polícia Federal, o que não foi feito.
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