MANAUS – A cúpula da Banda da Bica, popular grupo de carnaval de rua de Manaus, anda se bicando com o tema da marchinha deste ano, uma crítica mordaz, afiada que nem dente de jacaré, aos paraenses. Tudo porque os que se dizem amazonenses de raiz, caboco mesmo, rejeitam o amor de eleitores do Estado por candidatos paraenses que se dão bem na política do Amazonas. Alegam que os paraenses chegam aqui, comem jaraqui – e outras coisas também – e não saem mais daqui. A primeira versão foi considerada um Rio Amazonas de preconceito. A ala da turma que se acha queria escrachar o presidente Jair Bolsonaro, o que foi encarado como perversão da esquerda. O comando da cúpula gritou: “Alto lá, Ele Não”. Com os bicudos divididos, uma nova versão da marchinha tratou de amenizar a agressão carnavalesca. Ainda não foi o suficiente. Na apresentação, Bombeiros e policiais militares apareceram para acabar com a festa. A bica bicou as autoridades e acusou o paraense Wilson Lima, governador do Estado, de estar por trás do atentado contra a folia de Momo. Lima rebateu: “Alto lá, Eu Não”. O impasse continua. A marchinha não agradou a direita e nem a esquerda. Ainda não se sabe se será permitida fantasia de jacaré na Bica.