Da Redação
MANAUS – O Auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) Alexandre Figueiredo Marques, de 42 anos, voltou a negar, agora em depoimento à CPI do Senado, que tenha elaborado relatório comprovando supernotificação por mortes de Covid-19 no Brasil. E reiterou que o documento foi adulterado e posteriormente “usado de forma irresponsável” pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Não era um documento oficial nem instrução processual do tribunal. Era um arrazoado de duas páginas não conclusivo, um arquivo pessoal, compilado por mim a partir de informações do Portal da Transparência de Registro Civil, para gerar um debate preliminar e aberto entre os auditores”, disse nesta terça-feira (17) na CPI do Senado.
Alexandre já havia prestados as informações no dia 28 de julho, em auditoria interna do TCU instalada para apurar sua conduta em processo disciplinar. Um vídeo com partes do depoimento foi exibido, a pedido do relator Renan Calheiros (MDB-AL), que questionou o depoente sobre a origem da falsificação do arquivo.
“Não sei onde foi feita a alteração. Passei o documento ao meu pai, que repassou ao presidente da República. Quando eu soube da existência do documento, era um arquivo PDF como se fosse oficial do TCU. Não sei onde foi feita a alteração, mas meu pai me falou que repassou o mesmo texto que eu compartilhei”, disse Alexandre, explicando que o documento foi ‘carregado’ na sala de trabalho virtual microsoft teams, sem que fosse incluído no e-TCU, ferramenta de trabalho virtual do tribunal.
“Quem é o governante de um país que é capaz de falsificar um documento apenas para defender suas ideias malucas”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE) após as confirmação das informações do auditor.