Do Estadão Conteúdo
RIO DE JANEIRO – Apesar da queda no desemprego nos últimos meses, o País ainda tinha 12,6 milhões de pessoas em busca de emprego no trimestre encerrado em novembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada nesta sexta-feira, 29, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado significa que há mais 439 mil desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 3,6%.
Ao mesmo tempo, foram criados 1,738 milhão de postos de trabalho no período de um ano. Isso porque o total de ocupados cresceu 1,9% entre o trimestre encerrado em novembro de 2016 e igual período deste ano. O contingente total da população ocupada, de 91,9 milhões de pessoas, é o maior desde o quarto trimestre de 2015, quando o contingente havia ficou em 92,2 milhões de pessoas.
Essa dinâmica fez a taxa de desemprego passar de 11,9% no trimestre até novembro de 2016 para 12% no trimestre encerrado em novembro de 2017.
Em novembro, o País tinha 86 mil brasileiros a menos na inatividade, em relação ao patamar de um ano antes. O recuo na população que está fora da força de trabalho foi de 0,1% ante o trimestre encerrado em novembro de 2016. O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado pelo IBGE em 54,4% no trimestre terminado em novembro.
Trabalho precário
A queda na taxa de desemprego vem ocorrendo com aumento da população ocupada, mas a maior parte dos empregos gerados são precários, alertou o coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. “Essa taxa se dá em função do aumento da ocupação, e não de pessoas saindo do mercado de trabalho”, disse Azeredo. O País ganhou 887 mil postos de trabalho em apenas um trimestre, na passagem dos três meses findos em agosto para o trimestre encerrado em novembro, um crescimento de 1% na população ocupada.
Segundo Azeredo, foi a primeira vez que a população ocupada teve aumento significativo. O contingente total da população ocupada, de 91,9 milhões de pessoas, é o maior desde o quarto trimestre de 2015, quando havia ficado em 92,2 milhões de pessoas.
Azeredo chamou atenção, porém, para o fato de o crescimento estar associado a vagas de trabalho marcadas pela informalidade, com empregos não registrados. Enquanto o contingente de ocupados com carteira assinada caiu 0,6% na mesma base de comparação, com 194 mil vagas a menos, os aumentos foram verificados no trabalho sem carteira (3,8% de alta no total de ocupados, com 411 mil vagas a mais), no trabalho doméstico e por conta própria. “Uma retomada de volume de pessoas trabalhando a gente assiste no mercado de trabalho brasileiro, agora, junto com isso vem um contingente muito grande de trabalho precário”, afirmou o coordenador do IBGE.