Da Redação
MANAUS – A redução nas folgas na escala de trabalho dos policiais militares do Amazonas prejudicará operações e patrulhamento, diz o presidente da Apeam (Associação de Praças do Estado do Amazonas), Gerson Feitosa. Segundo ele, a maior carga de trabalho aumentará o estresse dos policiais. Feitosa considerou absurda a mudança anunciada pelo secretário de Segurança Pública (SSP) Bosco Saraiva (PSDB). Feitosa disse que convocará assembleia geral para discutir a questão.
Atualmente, os policiais militares estão com escalas de trabalho de 12 horas e folga de 24 horas (12/24) e mais uma jornada de trabalho de 12 horas e folga posterior de 72 horas (12/72). A mudança anunciada pela SSP é que a PM trabalhe 12 horas e folgue 24 (12/24) e depois trabalhe 12 horas e folgue 48 (12/48).
“É um retrocesso às conquistas adquiridas no movimento de 2014 e que garantiu qualidade de vida ao policial militar. Assim que a mudança for oficializada no Boletim Geral da PM, nós convocaremos a assembleia geral que vai deliberar se os praças aceitam ou não essa mudança”, disse Gerson Feitosa.
Na avaliação do presidente da Apeam, essa mudança irá comprometer a vida dos policiais militares e fragilizar a segurança da população nas ruas. “A carga horária vai aumentar. O estresse do policial vai aumentar. E consequentemente o tempo de descanso vai diminuir assim como o tempo de convívio com seus familiares. O mesmo governo que cobra mais tempo de serviço do policial não dá equipamento nem condições de trabalho: falta colete, falta munição, falta gasolina para as viaturas. No modelo proposto, enquanto dois policiais trabalham com armas e coletes, outros dois estarão desarmados e desprotegidos. A cota de combustível é de apenas 15 litros por viatura, imagine dividir isso por duas viaturas. Absurdo”, declarou Feitosa.
O dirigente disse que tentará uma reunião com o secretário da Casa Civil, Sidney Leite (Pros), para evitar a mudança. “Tem que haver diálogo. Não podemos mais aceitar que as ordens sejam dadas de cima pra baixo sem discussão. Vivemos um novo momento do processo democrático onde as relações precisam ser harmônicas. A população saberá entender que os policiais querem trabalhar, porém, com condições dignas de trabalho”, disse Gerson Feitosa.