Da Redação
MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, reclamou do governador do Amazonas, Wilson Lima, por não repassar dinheiro devido à prefeitura e se mostrou insatisfeito com a administração estadual. “Então eu acredito que o governador deve estar ajudando Manaus sim, nas suas orações. Ele deve estar rezando por Manaus fervorosamente todos os dias para compensar a falta de trabalho aqui na cidade”, disse, ao lançar novos serviços de Pronto-Atendimento ao Cidadão em shopping popular da zona leste, nesta quarta-feira, 3.
Segundo Arthur Neto, o governo deve ao município R$ 800 milhões de repasses do FTI (Fundo de Fomento, Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas).
“Olha, o governo do Estado deve a Manaus, não é só dessa gestão, de outras gestões, R$ 800 milhões. Porque essa apropriação que vários governos fizeram e que esse faz também dos recursos do FTI, que foi feito para tecnologia, para turismo, 32% pertence aos municípios e desses 32%, mais da metade pertence a Manaus, nada disso é passado para nós”, afirmou Arthur.
“Engrossar a casca”
Para o prefeito, Wilson Lima ainda está começando e precisa sair da ‘inércia’. “Ele ainda está em tempo, ele está começando. Vai ter que ficar com a casca mais grossa, vai deixar de ser tão inexperiente aos pouquinhos, e vai engrossar a casca. ‘Encascore’ governador, engrosse a casca. Seja para apanhar, seja para ser criticado, seja para defender seus projetos, enfim. Mas saia dessa inércia, essa inércia está fazendo mal ao estado”, disse.
Amazonas falido
De acordo com o prefeito, o Amazonas está falido e uma proposta de parcelamento da dívida já foi feita. “Eu disse a ele que não precisava pagar tudo de uma vez e nem pode. O estado do Amazonas é um estado falido”, disse.
“Mas eu disse a ele: ‘governador, pague R$ 5 milhões por mês, se organize e pague 5 milhões por mês. No final do ano são R$ 60 milhões, em dois anos são R$ 120 milhões. Em poucos anos, o senhor não mexendo mais no dinheiro do FTI e vivendo do seu orçamento o senhor vai organizar o seu Estado e vai se colocar em dia com a cidade de Manaus’”, completou Arthur.
O prefeito aproveitou ainda para alertar Wilson Lima, citando governos que, segundo ele, não tiveram boas relações com a prefeitura. “Porque se tem um crime, um suicídio que algum homem público pode cometer na sua vida, e eu já disse isso a ele de maneira muito fraterna e muito querida, eu digo: não volte as costas para Manaus. Porque olha os exemplos para trás, a pessoa que você derrotou virou as costas para Manaus, outro virou as costas para Manaus e não acabou nem um pouco bem”, afirmou.
Outro Lado
Para a deputada Joana D’Arc (PL), líder do governador na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), as declarações do prefeito não fazem bem para a população. “Olha, eu comento dizendo que nunca é bom para a população quando o prefeito da cidade, seja de Manaus, seja do interior, e o governador do Estado não se entendem”, disse.
Joana D’Arc lembrou que fez críticas à Prefeitura quando era vereadora. “Assim, eu sou suspeita para falar porque eu fui oposição à prefeitura durante dois anos enquanto eu era vereadora de Manaus e eu vivenciei uma cidade com ônibus velhos no prego, com promessas não cumpridas, com um alto valor gasto em publicidade e propaganda, com muitos buracos nas ruas de Manaus”.
De acordo com a deputada, apesar disso, é preciso seguir em frente e cada um com suas obrigações próprias. “Mas eu prefiro olhar para frente e acho que a postura que as pessoas querem dos nossos governantes é parar com esse tipo de coisa, trabalhar cada um na sua área e fazer essa construção”, disse.
(Colaborou Patrick Motta)