Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) declarou apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista concedida ao lado do candidato do PL no Palácio da Alvorada, em Brasília, na manhã desta segunda-feira (17). O tucano, que já fez duras críticas ao presidente, disse que agora entende que o lado de Bolsonaro “é melhor” e “mais justo”.
“Não sou de me omitir e não sou de anular voto. Quando Lula disputou com [Fernando] Collor, eu chefiei a campanha do Lula no Amazonas. Eu entendi que era melhor ele do que o Collor, por tudo o que nós já havíamos feito antes nas nossas lutas pela democracia. Dessa vez eu entendo que não. Entendo que aqui é preferível, aqui é melhor, é mais justo”, disse Arthur Neto.
Bolsonaro também recebeu o ex-senador José Agripino (União Brasil), que é presidente do União Brasil em Rio Grande do Norte, que reforçou o apoio que havia declarado ao presidente no dia 7 de outubro. O candidato do PL afirmou que o apoio das duas lideranças regionais representa a “pacificação e união nacional”.
Ao justificar voto em Bolsonaro, Arthur Neto disse que discorda de Lula em relação a privatização da Petrobras e que, com a reeleição de Bolsonaro, tem perspectiva de privatização da estatal. “Ontem, no debate, Lula disse algo que para mim foi mortal. Ele não quer a transformação desse país quando ele diz que é contra a privatização da Petrobras”, afirmou o presidente.
“Alguém que diz uma coisa dessa em um país que é capitalista – não adianta a gente brincar de esquerdista agora – é porque está ou, na boa fé, errando e sendo pouco inteligente, ou, na má fé, dizendo: ‘como é que eu vou privatizar a Petrobras se ela é uma fonte de lucro para quem porventura seja corrupto”, completou o tucano.
Arthur e Bolsonaro já fizeram duras críticas um ao outro. Em maio de 2020, em entrevista ao UOL, o ex-prefeito disse que o presidente era “corresponsável” pelas mortes de Covid porque tinha estimulado as pessoas a irem às ruas. “Acho que ele é corresponsável, sim. Se ele fez pessoas irem para as ruas e se a maior defesa contra a Covid é o isolamento social…”, disse Arthur.
No mesmo mês, o ex-prefeito classificou Bolsonaro de “incapaz” e “incompetente” após a revista Veja divulgar que o presidente havia xingado o tucano de “vagabundo” e havia dito: “Também, filho de quem ele é?” em reunião ministerial. O ex-prefeito disse que o presidente não “se dava o respeito”.
O presidente também chamou, em reunião ministerial, o ex-prefeito de “bosta” por ter aberto covas para enterrar vítimas da Covid no momento mais crítico da pandemia no estado amazonense. Arthur respondeu que os insultos do presidente representavam “um verdadeiro ‘strip-tease moral’ feito por quem não tem a mais mínima condição de governar o Brasil”.