Da Redação
MANAUS – Os prefeitos de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e de Boa Vista (RR), Teresa Surita, afirmam que a Operação Acolhida de atendimento logístico a refugiados venezuelanos não atende a necessidade de manutenção diária dos imigrantes. Eles querem ajuda federal mais efetiva para abrigar e dar assistência aos refugiados. Neto e Surita se reuniram em Manaus nessa quarta-feira, 17, e defenderam um plano comum às duas cidades.
Boa Vista registra, em média, por dia, a entrada de 800 pessoas pela fronteira com a Venezuela. Um número que, segundo a prefeita, sobrecarrega atendimentos básicos em escolas, unidades básicas de saúde e em hospitais. “Em três dias, são 2,4 mil pessoas a mais na cidade e o que nós temos, para dividir com um aumento desses, se torna praticamente inviável. Temos em Boa Vista 6,5 mil pessoas em 11 abrigos, mas temos outras 3,5 mil pessoas vivendo nas ruas. Essa superlotação na nossa cidade faz com que Manaus comece a receber sempre mais essas pessoas”, disse Teresa Surita.
Para Arthur Neto, as cidades precisam da ajuda federal para poder administrar a estada e dar condições dignas de vida aos venezuelanos. “A gente faz o possível, a gente tem solidariedade, mas precisamos de muita ajuda federal, precisamos da presença do Exército e de um plano que realmente seja posto em prática para poder interiorizar em outros Estados parte dessas pessoas que vieram para Roraima e para o Amazonas. Esperamos menos inércia e mais ação por parte dos governantes”, disse.
“A operação Acolhida é fundamental, mas a imigração é uma situação que o Brasil não sabe lidar, precisa ter mais efetividade do governo federal, pois é uma responsabilidade deles que acaba recaindo em cima dos municípios, por conta da situação e do isolamento que a gente vive aqui na Amazônia”, endossou Surita.
Segundo a prefeita, é preciso união entre as duas prefeituras. “Nós precisamos nos fortalecer, precisamos buscar caminhos para poder apresentar soluções”, disse.