Por Teófilo Benarrós de Mesquita, do ATUAL
MANAUS – O senador Plínio Valério assume a presidência do PDSB no Amazonas. A mudança foi anunciada pelo presidente nacional da sigla, Bruno Araújo. O ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, afastado do cargo, foi indicado como membro da nova executiva estadual tucana, mas anunciou no Instagram a saída do partido. Ele afirma que recebeu a notícia “como uma alforria, uma libertação, de um partido decadente”.
A mudança é mais um capítulo na disputa interna entre Plínio Valério e Arthur Neto que se acirrou nas eleições 2022. Arthur se candidatou às prévias do partido para disputar a Presidência da República e teve apenas 1,35% dos votos dos correligionários. Derrotado no campo nacional, decidiu ser candidato ao Senado em aliança com o ex-goverandor Amazonino Mendes. O acordo frustrou os planos de Plínio, que almejava disputar o governo pelo PSDB e foi barrado.
A alteração no comando do diretório estadual ocorre 45 dias após o primeiro turno da eleição. Arthur ficou em terceiro lugar na disputa, com 179.886 votos (9,50%).
“Recebo com serenidade a missão de reconstruir o PSDB do Amazonas dentro de princípios éticos e pautado por interesses públicos e impessoais. Meu CPF continua sendo minha principal credencial”, tuitou Plínio Valério.
Arthur Neto se manifestou no Instagram. “Fiquei feliz e aliviado quando soube, pelo meu filho e só por ele, da decisão do PSDB de entregar o comando regional do Amazonas a um grupo de pessoas às quais desejo felicidades, êxitos, distância da corrupção e independência em relação a certos partidos e certos políticos”, escreveu, sem citar o nome de seu sucessor no comando regional do partido.
“Fico feliz, porque me machucava bastante o coração ver aquele que já foi o melhor – e de mais significativo legado – partido da história republicana brasileira se descaracterizar e se ir transformando numa agremiação parecida com tantas outras, filhas da mesmice, da irrelevância e da mediocridade”, acrescentou Arthur.
Filiado há 35 anos no PSDB, Arthur disse ainda que “minha lealdade e senso de responsabilidade me impediram, durante um bom tempo, de abandonar o partido que, incontestável e efetivamente, ajudei a construir”.
“Muito bem, prezado presidente Bruno. Agradeço seu gesto. Essencial para entender a índole daqueles que hoje dirigem um partido decadente, que já foi o mais respeitado no país, com reflexos mais que positivos no exterior. Mas volto a agradecer sua atitude, para mim uma alforria, uma libertação. O futuro a Deus pertence”, afirmou na publicação do Instagram.
“Comunico-lhe, enfim, minha desfiliação do partido que recebeu quase 35 anos da modesta contribuição que eu e minhas limitações lhe poderiam emprestar. Há futuro pela frente e, para mim, nem posso dizer se, um dia, me filiarei a algum outro partido”, finalizou.