Da Folhapress e da Redação
SÃO PAULO – Morreu na manhã desta quinta-feira, 10, o arquiteto Severiano Mário Porto, aos 90 anos, em Niterói, no Rio de Janeiro, segundo informou o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, o CAU.
Nascido em Uberlândia, em Minas Gerais, ele ficou conhecido como o “arquiteto da Amazônia” ou “arquiteto da floresta”. “Ele foi responsável por conceber um modelo único de arquitetura amazônica e sustentável, que une técnicas desenvolvidas por ribeirinhos e caboclos com as mais modernas e inovadoras criações na arquitetura”, de acordo com nota do CAU do Amazonas.
Porto estudou na Universidade do Brasil, que se tornaria a Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde recebeu o título de professor honoris causa, em 2003. Em nota, ainstituição afirma que o arquiteto “soube aproveitar de forma criativa os materiais e os costumes do lugar, desenvolvendo trabalho singular na Amazônia”.
Foi eleito homem do ano, em 1987, pela revista francesa L’Architecture d’Aujourd’hui.
Severiano desenvolveu muitos projetos no Amazonas entre eles: o Estádio Vivaldo Lima, 1965, e o restaurante Chapéu de Palha, de 1967, ambos já demolidos. Em 2016, por iniciativa da Assembléia Legislativa do Amazonas, com envolvimento do CAU/AM, diversas de suas obras foram tombadas, por seu interesse arquitetônico, histórico e cultura. Entre elas, está o Fórum Henoch Reis, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Sede da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), o Banco da Amazonia e o Centro de Proteção Ambiental de Balbina, hoje em ruínas.
Homenagens
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e a primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro, emitiram nota de pesar em que lamentaram profundamente a morte do arquiteto Severiano Mário Porto.
“Severiano Porto é um dos principais arquitetos do país e morou em Manaus durante 36 anos, tendo exercido o cargo de secretário de urbanismo no primeiro mandato de Arthur Neto como prefeito de Manaus”, diz a nota.
“Severiano Mário Porto é um patrimônio do Brasil, um dos melhores arquitetos que o país viu e tive a honra de tê-lo na minha equipe em meu primeiro mandato como prefeito. Minha esposa Elisabeth e eu deixamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e todos aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com essa inestimável figura pública, que é mais uma vítima da Covid-19, essa terrível doença que tem levado tantas pessoas queridas”, lamentou o prefeito de Manaus.
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Josué Neto (PRTB), também divulgou nota de pesar, em nome de todos os deputados estaduais, para lamentar a morte do arquiteto.
O prefeito eleito de Manaus, David Almeida, e o vice-prefeito Marcos Rotta desejaram “os mais estimados votos de condolência aos parentes e amigos do “arquiteto da floresta” neste momento tão difícil.”