Por Gabriel Bueno da Costa, do Estadão Conteúdo
SÃO PAULO – O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta pela primeira vez uma greve geral, nesta quarta-feira (24) cerca de um mês e meio após assumir o poder, em 10 de dezembro. A paralisação foi convocada pela CGT (Central Geral de Trabalhadores), uma das principais confederações sindicais do país, e tem o apoio da oposição, contra as medidas de liberalização da economia e cortes de subsídios, entre outros pontos.
Segundo o jornal Clarín, a mobilização nas ruas foi convocada para começar às 12h, com um ato às 15h (a hora local coincide com a de Brasília) diante do Congresso.
A pressão sobre os legisladores ocorre no momento em que eles discutem se aprovam ou vetam uma série de medidas do governo, lançadas em decretos por Milei. O governo local afirma que lançará mão de seu “protocolo antipiquetes”.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou que o protocolo já está “plenamente vigente” e inclui a proibição ao impedimento da circulação nas ruas, informa a agência oficial Télam.
Bullrich também prometeu controle rígido em todos os micro-ônibus que vão para a marcha, bem como controles nas estações de trem. A ministra ainda comentou que o governo deseja “liberar o povo argentino desta situação para que realmente se possa ter um país que não tenha 9 mil piquetes ao ano”.
A mesma agência oficial reportava que os bancos pediram aos clientes que realizassem trâmites presenciais apenas pela manhã ou nos canais de atenção remota, que continuariam a operar. O La Nación informa que o transporte público deve funcionar normalmente até as 19h e os bancos, até meio-dia. Vários setores, como coleta de lixo, teriam paralisação a partir das 12h, enquanto os serviços de saúde continuariam a operar, acrescentava o jornal.