Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Amazonino Mendes (Cidadania), de 82 anos de idade, candidato a governador do Amazonas, propõe a criação de uma fábrica de adubo em Itacoatiara (a 175 quilômetros de Manaus). A proposta foi feita em entrevista a uma rádio de Manaus na manhã desta quarta-feira (10). Segundo ele, a fábrica aproveitará o potássio de Autazes, o fosfato da jazida de Apuí e o nitrogênio extraído em Silves.
“Eu penso em levar o gás num gasoduto de Silves para Itacoatiara, para, em Itacoatiara, fazer uma fábrica de adubo, exatamente com o potássio, o nitrogênio e o fosfato. Com a energia promovida pelo gás, eu vou transformar Itacoatiara em um polo industrial importante. Eu quero fazer isso e levar o adubo que o Brasil precisa. O Brasil importa isso”, disse Amazonino.
O ex-governador relembrou o programa Terceiro Ciclo, que era uma aposta de crescimento econômico lançada entre os anos de 1995 e 1998 também durante seu governo, mas que não vingou. Segundo o candidato, naquela época ainda não se “poderia pensar em muita coisa”, pois ainda era necessário fazer levantamento sobre as potencialidades da região.
Agora, segundo Amazonino, o estado precisa investir na exploração de recursos minerais e no setor primário. “Agora são novas matrizes. Agora são o gás e o petróleo. A gente tem que desenvolver isso, aproveitar essa dádiva de Deus no nosso território. Quero fazer setor primário de novo e as novas matrizes”, disse.
Amazonino citou a mina de potássio em Autazes (a 113 quilômetros de Manaus) e jazida de fosfato em Apuí (a 455 quilômetros de Manaus). “Você tem essa mina de potássio que muita gente fala, mas fala sem saber do que está falando. Temos o nitrogênio, que a gente extrai do gás, temos o potássio em si e temos uma mina de fosfato lá em Apuí”, afirmou o candidato.
Sobre a produção de peixes, o candidato afirmou que, hoje, o Amazonas “perde feio” para os estados de Rondônia e Roraima “muito mais por causa do custo da ração, cuja base é o milho”, que não é produzido no Amazonas, mas importado.
“Temos que desenvolver psicultura. Agora, para resolvê-la, você tem que resolver primeiro o alimento do peixe: a ração. Qual é a base da ração? Milho. A gente não produz, a gente importa. Pessoal esta deixando de criar ovos, aves de postura porque não aguenta mais comprar a ração. Está muto cara para alimentar as aves”, afirmou Amazonino.
Bens
Amazonino afirmou que seus bens foram conquistados há 40 anos, quando ele era empresário do ramo de construção civil. “Meu forte nunca foi dinheiro. Fui um empresário. Um dos empresários que, na época, mais construíram em Manaus”, disse o candidato do Cidadania.
“Eu fiz Le Village Blanc, o Xingu, o Belo Horizonte, o Ayapuá… uma porção de conjuntos habitacionais e as pessoas não conhecem, não sabem da minha vida anterior. Tive percalços, altos e baixos, não fiquei devendo a ninguém. Paguei todo mundo. Ganhei muito dinheiro. O que eu tenho é de 40 anos atrás”, afirmou Amazonino.
“Molecagem”
Amazonino expôs suas mágoas em relação às acusações que ele classificou como “molecagem” feitas no passado por adversários políticos sobre sua fortuna. O ex-governador citou Mário Frota, que foi deputado federal, vereador, deputado estadual e vice-prefeito de Manaus, e o partido PCdoB. “Me fizeram muito mal”, disse Amazonino.
“O pessoal do PCdoB fez muita molecagem comigo. Me deram um castelo ora na Suíça, ora na Espanha, Portugal, uma molecagem. A gente tem que falar porque fica um pouco de mágoa, embora eu seja uma pesa que não guarda rancor. Mas é impossível esquecer essas maldades por causa da família”, completou Amazonino.
Na eleição de 2020, na qual disputou o cargo de prefeito de Manaus e foi derrotado no segundo turno pelo atual prefeito David Almeida (Avante), Amazonino declarou ter R$ 4,7 milhões em bens. Neste ano, o ex-governador ainda não declarou seus bens à Justiça Eleitoral. Os partidos têm até o dia 15 para enviar as informações aos Tribunais Regionais Eleitorais.
Sobre a pecha de “velho”, o candidato disparou: “O que eu tenho a dizer que eu sou velho, mas não vou velhaco. Muitos deles não são velhos, mas são velhacos. Essa é uma diferença enorme que o povo deve levar em conta. O que adianta eu ser jovem e ser moleque, safado, irresponsável, incompetente?”, questionou Amazonino.
Amazonino x Henrique
O candidato do Cidadania demonstrou que ainda não “engoliu” a investida de Henrique Oliveira, candidato a governador pelo Podemos, no debate realizado pela TV Bandeirantes no domingo (7). Na ocasião, o ex-vice-governador disse que Amazonino e Eduardo Braga (MDB), que também é candidato, integram o mesmo grupo que se reveza no poder há anos.
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Para Amazonino, a crítica foi “indigna” e “injusta”. “Fui surpreendido pelo comportamento de um candidato, o nosso Henrique, que, perguntado sobre um assunto, desviou e foi se referir a governos passados, fazendo uma crítica injusta, indigna a mim”, afirmou.
Proposta está chegando com atraso de no mínimo 20 anos. E ficou urgente de uns 05 anos para cá. Proposta eleitoreira, não vai avançar além de janeiro de 2023.