Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – O governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT), disse que passará a faixa ao governador eleito Wilson Lima (PSC) na cerimônia de posse, no dia 1º de janeiro de 2019. Segundo Amazonino, esse é um ato democrático e de respeito ao eleitor, independente das divergências político-partidárias. “Vou passar a faixa sim, com respeito e cumprimento a obrigação democrática. Não tem porque não ir”, disse o governador, em entrevista à rádio de Manaus na manhã desta segunda-feira, 10.
Amazonino revelou que deixará o governo com um déficit de R$ 500 milhões na Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas). O governador afirmou que o saldo negativo é referente a pendências deixadas por gestões passadas em valores que chegaram a R$ 1,7 bilhão e que ele não conseguiu liquidar. “O novo governo vai ter quatro anos para eliminar um débito de R$ 500. Em um ano, eu eliminei o maior volume”, disse o governador.
Infantilidade
Sobre declaração de Wilson Lima da existência de um déficit de R$ 1,5 bilhão, Mendes disse que ficou escandalizado. “Esses dados não revelam a realidade, pois eles fizeram a projeção de gastos do ano que vem e não fizeram a projeção de receita. Infantilmente, abriram a boca para dizer que havia um déficit. Lamentável isso!”.
Mendes disse que não fez empréstimos financeiros para tocar a gestão. “Eu peguei o bonde andando. Tinha um empréstimo de R$ 300 milhões e gastei apenas R$ 200 milhões. Deixei dinheiro para fazer um penitenciária nova”, disse.
Amazonino disse que o novo governo vai pegar uma máquina pública com recursos em caixa para fazer pagamentos e investimentos obtidos com o aumento de arrecadação.
Soltando as asas
Ao ser questionado sobre projetos para 2019, Amazonino Mendes disse que a partir do dia 1º de janeiro pretende ‘soltar as asas’, que estavam presas. “Um governante que tinha uma tarefa gigantesca para recompor o Estado, eu era um homem preso, condenado e tinha que trabalhar muito para recompor o Estado”, disse Amazonino.
O governador disse que pela primeira vez na história do Amazonas teve uma base aliada em minoria na Assembleia Legislativa e admitiu que essa situação criou dificuldades à sua gestão.
Sobre a eleição de Wilson Lima(PSC), Amazonino Mendes disse que não se poder fazer comparações porque a decisão do povo é soberana. “O que todos nós temos que fazer é aceitar a decisão popular e rezar para que ele (Wilson) faça um bom governo”.
Ao ser questionado sobre a maior obra que fez para o Estado, Amazonino Mendes disse que o maior feito foi ‘invisível’. “É a questão de geração de emprego e renda, de movimentar a sociedade econômica, dando às pessoas a perspectiva de criar oportunidades”, disse.