Do ATUAL
BRASÍLIA- Pela primeira vez desde 1991, o número de pessoas pardas superou o de brancas, como mostrou o censo 2022 do IBGE. O município com maior percentual de pessoas pardas é Boa Vista do Ramos, no Amazonas, com 92,7%.
Em 2022, 92,1 milhões se declararam pardas, enquanto 88,3 milhões eram brancas. A população preta também cresceu, atingindo 10,2%. Entre 2010 e 2022, a população branca caiu de 47,7% para 43,5%, enquanto os pardos aumentaram de 43,1% para 45,3%. A população preta teve um crescimento de 42,3%. A população amarela diminuiu de 1,1% para 0,4%.
A coleta de dados é feita por autodeclaração, refletindo a percepção das pessoas sobre sua própria cor ou raça. A população indígena aumentou sua participação, atingindo 0,6%.
A distribuição racial varia por regiões. O Sul e Sudeste têm maioria branca, enquanto Norte, Nordeste e Centro-Oeste têm maioria parda. O Rio Grande do Sul tem a maior proporção de brancos (78,4%), o Pará lidera em pardos (69,9%), a Bahia em pretos (22,4%), Roraima em indígenas (14,1%) e São Paulo em amarelos (1,2%).
Municípios
Depois de Boa Vista do Ramos com a população mais parda, vem São João da Ponta (PA), com 87,4%, e Tracuateua (PA), também com 87,4% de pardos. Os dez municípios com maior proporção de pessoas pardas estavam no Amazonas, Pará e Maranhão.
A população branca era maioria em 2.283 municípios (ou 41% do total), sendo metade destes municípios (ou 1.143) no Sul e 45,7% (ou 1.044) no Sudeste. O Norte não possuía nenhum município com maioria de pessoas brancas na sua população residente.
Os três municípios com as maiores proporções de pessoas brancas foram Morrinhos do Sul (RS), com 97,4%, Forquetinha (RS), com 97,2% e Monte Belo do Sul (RS), com 96,2%.
As pessoas indígenas eram majoritárias em 33 municípios, sendo 18 no Norte (54,5%), cinco no Nordeste e no Centro-Oeste (15,2% cada), quatro no Sul (12,1%) e um no Sudeste (3,0%).
A população preta teve crescimento em todas as faixas etárias entre 2010 e 2022, enquanto a branca diminuiu. O índice de envelhecimento é mais alto entre os amarelos e mais baixo entre os indígenas.
Na relação entre cor e sexo, a população preta tem mais homens do que mulheres (103,9 homens para cada 100 mulheres), enquanto a média nacional é de 94,2 homens para cada 100 mulheres. Pardos e indígenas também apresentam uma razão de sexo acima da média, enquanto brancos e amarelos têm abaixo da média.