Por Ana Carolina Barbosa, especial para o AMAZONAS ATUAL
MANAUS – O Amazonas caiu duas colocações, nos últimos três anos, entre as 27 unidades da federação com os maiores números de queimadas, segundo tabela do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O Estado passou de 4º para 6° no ranking nacional. O levantamento foi feito entre os dias 1° de janeiro e 23 de agosto de cada ano, a contar de 2014. O quê isso significa de positivo na prática? Nada, já que em números reais o Estado registrou aumento de 34,8% no número de queimadas no mesmo período, conforme o mesmo levantamento.
A página ‘Monitoramento de queimadas e incêndios por satélite em tempo quase real’ do Inpe mostra que o Amazonas registrou, em 2014, 3.874 queimadas e incêndios, entre 1° janeiro e 23 de agosto. Neste ano, no mesmo período, foram 5.225. Em todo o País, os estados e o Distrito Federal já contabilizam 73.947 queimadas, dado que mostra uma realidade bastante negativa, já que, há três anos, o Brasil registrava 62.065, número 19,1% inferior.
O sistema do Inpe aponta que as queimadas registradas no Amazonas são superiores aos números de diversos países, como o Chile (1.896 no período), Cuba (1.416) e Peru (4205). O Amapá foi o que obteve o menor número: 43. O troféu de estado com o maior volume ficou com o Mato Grosso: 15.074.
Sul do Amazonas
Na lista dos municípios com o maior índice de queimadas e incêndios no Estado, conforme levantamento do satélite de referência do Inpe, Lábrea, no Sul do Amazonas, está no topo, com 716 ocorrências, seguida de Barcelos, com 615, Apuí, com 471, Boca do Acre, com 409, e Manicoré e Novo Aripuanã, ambos com 311. Humaitá (269), Canutama (248), Maués (129) e Envira (104) vêm em seguida. A capital, Manaus, ficou em 28°, com 34 ocorrências.
Só no mês de agosto, até o dia 24, o sistema apontou 2.761 focos de queimadas e incêndios no Estado, mais que o dobro do mês anterior, quando foram identificadas 1.137 ocorrências. A média diária chegou a 115 focos. Mas a estatística mostra que há dias em que a ocorrência de queimadas supera em mais de 100% esse número. Sói entre 23 e 24 de agosto, foram contabilizados 317 focos. A maior concentração em agosto também foi em Lábrea, cidade que historicamente sofre com desmatamentos e incêndios em vegetação. Foram 498 no total em 24 dias, contra 196 durante todo o mês de julho.