Da Redação
MANAUS – O Amazonas começará 2018 com um déficit de 500 casos não resolvidos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Os dados foram confirmados por Graça Sales, coordenadora do Comitê Estadual de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes (Cevsca-AM) em reunião na manhã desta terça-feira, 19, na ALE (Assembleia Legislativa do Estado).
“Os números reforçam a necessidade de melhorar a infraestrutura da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), solicitada ao secretário de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), Bosco Saraiva, no último dia 7 de novembro”, disse o deputado estadual Luiz Castro (Rede), presidente da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (Frenpac).
O Comitê entregou ao vice-governador uma carta da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente com três reivindicações: mudança de prédio, aumento do quadro geral de servidores, plantão com maior número de profissionais. Atualmente, a Depca conta com apenas dois investigadores no plantão, quatro escrivães e um chefe de cartório.
Demandas
A ausência de psicólogos na delegacia é citada por Graça Sales como um dos fatores mais preocupantes. “Este profissional é de suma importância em todo o processo, especialmente quando a criança vem contar a violência que sofreu. A falta de psicólogo na Depca equivale a ir em um hospital e não ter médico”, disse a coordenadora.
Na carta entregue ao secretário, as instituições solicitam a permanência da equipe de psicólogos e assistentes sociais no atendimento às vítimas na delegacia diante da possibilidade de transferência desses profissionais para outro órgão. “O atendimento psicossocial é indispensável, tendo em vista que muitos casos envolvem crianças de tenra idade e que tem dificuldade para narrar a agressão sofrida”, assinam as entidades, no documento.
A Rede de Proteção também reivindica a mudança do atual prédio, no bairro Vista Bela (zona centro-oeste de Manaus) para local mais central, com mais linhas de ônibus disponíveis, que facilitem o acesso da população. As estatísticas mostram que a maior incidência de crimes contra crianças ocorre nas zonas norte e leste da cidade.