Da Redação
MANAUS – Em 2019, o Amazonas esteve entre os estados com os piores índices de distribuição de UTIs, respiradores e profissionais de saúde. Na última quinta-feira, 7, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados da pesquisa que avaliou as 27 unidades da federação e regiões consideradas referências em atendimento de saúde de baixa e média complexidade.
De acordo com o IBGE, o Amazonas contabilizou apenas sete leitos de UTI a cada 100 mil habitantes. Neste requisito, o estado ficou na 24ª posição, perdendo apenas para o Acre (5), Amapá (5) e Roraima (4).
Quanto à distribuição de respiradores, o Amazonas ficou em 19ª lugar, com 20 equipamentos de ventilação mecânica a cada 100 mil habitantes. Estados do Norte e Nordeste são os menos equipados: Amapá (10 respiradores), Piauí (13), Maranhão (13), Alagoas (15) e Acre (16).
O levantamento constata a desigualdade na distribuição de recursos para a saúde entre as regiões. Por exemplo, na quantidade de leitos de UTI a cada 100 mil habitantes, as quatro primeiras posições são do Distrito Federal e três estados da região Sudeste. Quanto ao número de respiradores, mais uma vez o Distrito Federal em primeiro, seguido por Rio de Janeiro e São Paulo.
Profissionais de saúde
A distribuição de médicos no Amazonas em 2019 foi de 111 a cada 100 mil habitantes e enfermeiros, 103, nesse mesmo parâmetro. Em ambos, o estado ficou na 23ª colocação.
Cláudio Stenner, coordenador de Geografia e Meio Ambiente do IBGE, explica que em situações normais, o ideal é que o índice seja de pelo menos 80 médicos a cada 100 mil habitantes, mas com a Covid-19 isso não é suficiente.
“O recomendável são 80 médicos generalistas por 100 mil habitantes. Entretanto, esse parâmetro é válido para uma situação de normalidade. Neste momento de pandemia, essa recomendação deve ser relativizada, pois a demanda pelo sistema de saúde é maior”, diz Stenner.
Em 2019, o Distrito Federal também ficou com a melhor distribuição de médicos do país, com 338 profissionais por 100 mil habitantes. Em seguida, vem São Paulo com 260 médicos na mesma comparação. Rio de Janeiro (248), Rio Grande do Sul (244) e Espírito Santo (223) fecham o grupo dos cinco estados com os melhores indicadores.
Os estados com menos médicos estavam concentrados no Norte e no Nordeste. O Maranhão e o Pará registraram os menores indicadores, 81 e 85 médicos por 100 mil habitantes, respectivamente.
A distribuição de enfermeiros também é maior no Distrito Federal. São 198 profissionais por 100 mil habitantes. Tocantins (178), Paraíba (149), São Paulo (143), Rio de Janeiro (140) e Rio Grande do Sul (138) também se destacam na comparação.