Da Redação
MANAUS – O Amazonas pode receber o status de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação até 2020. Para alcançar a condição, o Estado terá que cumprir a meta de vacinação total do rebanho de gado. A mobilização dos órgãos de controle sanitário é debatida em Manaus por representantes do Amapá, Pará e Roraima. O Plano Estratégico 2017-2026 foi apresentado pelo coordenador de sanidade animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Heitor Medeiros. O plano integra o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que prevê a retirada da vacinação contra a doença até 2023 em todo o território brasileiro.
Para cumprir a exigência, o País foi dividido em cinco blocos. No bloco 1 estão os Estados do Acre e Rondônia, além da região sul e sudeste do Amazonas, incluindo 12 municípios devido à localização geográfica.
Esses municípios representam mais de 60% do rebanho do Amazonas. Sodo são em torno de 662 mil cabeças de gado entre bovinos e bubalinos. O Amazonas possui um rebanho total de 1.305.977. O município que se destaca com o maior rebanho é Boca do Acre com 357.161 (bovinos), 274 (bubalinos), no total 357.792. Em seguida Apuí com 138.873 (bovinos) e 166 (bubalinos) totalizando 139.0393 cabeças de gado e em terceiro Manicoré com 108.520 (bovinos) e 163 (bubalinos), num total de 103.880 cabeças de gado.
O Amazonas participa do bloco 2 (com 50 municípios), juntamente aos Estados de Roraima, Amapá e Pará. No Bloco 3 estão Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte; Bloco 4, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e; no Bloco 5: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
“O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) traçou o plano para essa fase do PNEFA e algumas etapas devem ser cumpridas. Queremos reforçar o compromisso de todos os setores que representam o agronegócio. Estamos compactuando com o setor privado, público e associações e, a partir daí avançaremos de forma segura para a retirada da vacina contra a febre aftosa”, disse Heitor Medeiros.
Atualmente, o Brasil possui apenas um Estado da federação livre de febre aftosa sem vacinação, que é Santa Catarina, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OIE). Para o próximo mês, o Amazonas deve ser reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa com vacinação pelo órgão internacional.
O diretor-presidente da Adaf (Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas), órgão integrante do Sistema Sepror, Sérgio Muniz, demonstrou preocupação com as barreiras sanitárias nas regiões de fronteira. “É preciso manter as barreiras do Mapa nas áreas fronteiriças, como a de Tabatinga, que faz divisa com a Colômbia, e em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela. O governo venezuelano não está cuidando das pessoas, imagine dos animais. Precisamos ter muita atenção e agir com responsabilidade”, disse.
Para a presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Mato Grosso e representante do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Daniela Bueno, o plano de retirada gradual da vacinação contra a Aftosa é importante, mas ela faz um alerta. “Todos os técnicos tem vontade, o que precisamos é que todos os Estados e o Governo Federal façam os repasses necessários para garantir o avanço e a sustentabilidade desse programa”, afirmou.