Por Ana Carolina Barbosa, da Redação
MANAUS – O Amazonas registrou, nesta quinta-feira, 14, o mês de janeiro com o maior número de focos ativos de queimadas dos últimos 18 anos, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Foram 167 focos até agora. Se comparado ao mesmo período de 2015, quando ocorreram 28 queimadas, o acréscimo chega a 496,4%. Barcelos (a 405 quilômetros de Manaus) está no topo da lista do Estado, com 42 focos, seguido de Presidente Figueiredo (distante 107 quilômetros da capital), com 18.
Segundo a estatística do Inpe, o mês de janeiro com maior número de focos foi o de 2010. Foram 82, mas ainda assim, o dado incluía 30 dias. Nos primeiros 14 dias de 2015, o Amazonas havia registrado 28 focos, sendo cinco deles em Barcelos, que também era a cidade campeã de queimadas, empatada com Santa Isabel do rio Negro. Autazes ficou em terceiro, com três focos.
O pesquisados do Inpe e coordenador de monitoramento de queimadas por satélite do órgão, Alberto Setzer, explica que, embora a triagem que reúne informações dos oito satélites que enviam informações ao instituto aponte 2,7 mil focos ativos Amazonas, do dia 1 ao dia 14 de janeiro de 2016, os dados do satélite de referência (um único aparelho), utilizado a título de comparação, é o mais indicado para fornecer este tipo de dado. Isso porque, o dado mais amplo, apesar de reunir maior número de informações, apresenta duplicações, repetindo certos focos no mapeamento.
O satélite de referência, que aponta 167 focos ativos no Estado, distribuiu-os entre 31 municípios, com destaque para os seguintes: Autazes (12), Careiro (10), Urucurituba (9), Santa Isabel do rio Negro (8) e São Gabriel da Cachoeira (5). Os demais registraram entre 4 e dois focos. Entre elas, está a capital, com dois focos.
Conforme o pesquisador, os focos são oriundos da ação humana e não de combustão espontânea. Contudo, ele explicou que o clima seco favorece a propagação do fogo. Ele acrescentou que é possível que queimadas em estados vizinhos tragam consequências ao Amazonas, a exemplo do que ocorreu com Manaus, que amanheceu, na última segunda-feira, 11, com o céu encoberto de fumaça. Desta vez, um dos fatores que influenciou foram queimadas registradas no Pará.