Do ATUAL
MANAUS — Os estados do Amazonas e Amapá têm maior proporção de vegetação nativa, com 95% do território ainda coberto por esse tipo de vegetação, segundo o MapBiomas. Os com menor proporção são Sergipe (20%), São Paulo (22%) e Alagoas (23%).
O MapBiomas registra perda acentuada da flora nativa na Amazônia. Entre 1985 e 2023, a região perdeu aproximadamente 55 milhões de hectares de plantas, uma redução de 14% da floresta. Atualmente, 81% do território da Amazônia é coberto por florestas e vegetação nativa. Essa porcentagem está próxima do limite estimado por cientistas para o ponto de não retorno ambiental: 75% e 80% de cobertura. O parâmetro é considerado de risco devido à dificuldade de reflorestamento.
Em todo o país, 18% dos municípios conseguiram conciliar preservação da floresta com perdas da vegetação entre 2008 e 2023. Outtros 37% dos municípios tiveram um aumento na área de vegetação nativa.
A Mata Atlântica foi o bioma com o maior percentual de municípios com crescimento da vegetação nativa, atingindo 56%. Entretanto, quase metade dos municípios brasileiros (45%) perderam vegetação nativa durante o período.
O bioma com a maior proporção de municípios com perdas acentuadas de vegetação nativa (15%) foi o Pampa, com 35%. O Pantanal apresentou a maior proporção de municípios com perdas de áreas naturais, com 82%.
No Cerrado, especificamente na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), todos os estados possuem pelo menos um município com mais de 30% de perda de vegetação nativa entre 2008 e 2023.
O Rio de Janeiro foi o único com aumento na vegetação nativa, subindo de 30% para 32% de cobertura de 1985 a 2023. “A perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos. Em síntese, representa aumento dos riscos climáticos”, diz o coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo.
Em termos de cobertura vegetal, a Formação Florestal, que abrange 41% do território nacional, foi a mais afetada com uma perda de 61 milhões de hectares desde 1985, representando uma redução de 15%. A Formação Savânica teve a maior perda proporcional, com uma redução de 26% e cerca de 38 milhões de hectares convertidos.
O MapBiomas também citou a perda de cobertura vegetal em florestas públicas não destinadas, que ocupam 13% da Amazônia Legal e têm 92% da área coberta por vegetação nativa, o equivalente a 60 milhões de hectares. Essas áreas, ainda sem uma destinação formal, estão mais vulneráveis ao desmatamento em comparação com as florestas sob proteção formal.
Em termos de expansão da agropecuária, houve um aumento de 79% na área de pastagem e de 228% na área de agricultura desde 1985. A agropecuária passou a predominar em 60% dos municípios em 2023, comparado a 48% em 1985.