EDITORIAL
MANAUS – O alerta da FVS-AM (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas) para o aumento dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguada Grave), incluindo os de Covid-19, representa uma mudança de comportamento das autoridades de saúde no sentido de alertar a população antes que a situação se agrave.
No entanto, só o alerta, sem ação, não basta. É preciso que ele venha acompanhado de fiscalização para evitar aglomerações em locais autorizados a funcionar, como lojas, supermercados e bancos, e cobrar o uso de máscaras e disponibilização de álcool em gel aos clientes e funcionários.
De acordo com a Fundação, há uma estabilidade no número de casos e mortes nos últimos 14 dias, mas em um patamar elevado, e uma ligeira alta no número de internações.
Houve também, nos últimos 20 dias, segundo a FVS, um salto de 16 para 19 pontos na avaliação de risco, dentro da fase laranja, que vai de 11 a 20 pontos. Tal elevação representa um risco de mudança de fase da laranja para a vermelha, com a possiblidade de adoção de medidas restritivas.
Nos últimos meses, a população do Amazonas passou a relaxar as medidas de proteção contra o novo coronavírus, principalmente em ralação ao distanciamento social.
Com a redução do número de mortes e a normalidade nos hospitais que atendem pacientes com Covid-19, a população passou a se aglomerar em supermercados, bancos e lojas.
Reuniões com até 100 pessoas passaram a ser permitidas, mas os frequentadores desses eventos nem sempre seguem as medias de restrição, como o afastamento entre as pessoas.
O uso de máscara, outra medida recomendada pelas autoridades de saúde, passou a ser relaxada pela população. É comum nos ambientes com aglomeração encontrar pessoas sem máscaras ou usando-as de forma inadequada, no queixo ou pendurada na orelha.
Apesar da propaganda de que a vacinação contra a Covid-19 avança no Amazonas, os números não são tão animadores. Em Manaus, apenas 11,37% da população receberam as duas doses da vacina até esta sexta-feira, 21. No Estado, apenas 9,85% da população recebeu as duas doses.
Mais uma informação que deve ser considerada: as pessoas vacinadas não deixam de contrair a doença e nem de transmiti-la. A proteção dos imunizantes é para evitar o agravamento da Covid-19: reduz o número de internações e de mortes, mas não evita que a pessoas contraia a doença e a transmita a outras pessoas não vacinadas.
Por isso, mesmo as pessoas vacinadas devem manter as medidas de segurança sanitária, como uso de máscaras, higiene das mãos e distanciamento social.
Já foi detectada em um viajante que passou por Manaus a nova cepa do vírus que atingiu o Reino Unido; e o Maranhão, que tem fronteira com o Pará, identificou em seu território pessoas infectadas com a cepa do vírus que atinge a Índia.
Por isso, os cuidados não podem ser relaxados pela população, e as autoridades estaduais e municipais precisam fiscalizar, principalmente o comércio, onde as medidas de segurança são mais desrespeitadas. Há inclusive, atendentes que dispensaram o uso de máscaras.