Por Iran Alfaia
BRASÍLIA – Trabalhadores aeroportuários de todo o País realizaram, nesta terça, 20, manifestações contra o plano do Governo Michel Temer de privatizar a Infraero e 54 aeroportos, entre eles, os mais lucrativos como Santos Dumont, Congonhas, Curitiba, Recife e Manaus.
As manifestações começaram pela manhã em diversos aeroportos como o de Brasília, Rio de Janeiro e Manaus. Os funcionários marcharam, bateram panelas e promoveram apitaços. As manifestações aconteceram até mesmo em aeroportos pequenos como o de Carajás (PA).
“Esses trabalhadores deixam muito claro que para eles o espírito de luta coletiva é o que importa nesse momento. Ao ver essas imagens, não só de Carajás como de outras bases, fica nítido que, para defender não só a Infraero mas a nossa dignidade, a atitude é tudo”, disse Francisco Lemos, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina).
Um vídeo promocional da empresa registra que o déficit de R$ 1,4 bilhão, nos últimos quatro anos, deve-se a venda de dez aeroportos que representavam 60% do faturamento da empresa, uma receita que seria perfeitamente coberta pela a arrecadação de R$ 15 bilhões do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC).
Em 2016, o FNAC teria retido R$ 6 bilhões para cobrir o déficit fiscal do governo “em flagrante irregularidade, uma vez que o fundo foi criado para investir nos aeroportos”. Mesmo com essa dificuldade, foram investidos R$ 4,2 bilhões no ano passado no plano de sustentabilidade, o que garantiu autossuficiência financeira à empresa.
Soma-se a isso, o fato da Infraero ser uma das maiores operadoras do mundo com 104 milhões de passageiros embarcados e desembarcados em 2016. São partes dos ativos 54 aeroportos, 68 estações de telecomunicações e de tráfego aéreo e 20 Terminais de Logística de Carga.
É esse patrimônio que está em jogo, segundo os aeroportuários. Uma fonte da empresa revelou que o principal alvo de negociação é o capital estrangeiro, sendo o chinês o maior interessado.