Da Redação
MANAUS – Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Civil sobre o assassinato do engenheiro civil Flávio Rodrigues dos Santos, 42, domingo, 29, em Manaus, é que o acesso dos assassinos ao condomínio de luxo Passaredo, na Ponta Negra, zona oeste da capital, pode ter sido autorizado, diz o delegado Aldeney Góes, do 19º DIP (Distrito Integrado de Polícia). Flávio participava de uma festa no local. Ele foi encontrado morto em um terreno bairro Tarumã, também na zona oeste.
“Ouvimos cinco seguranças e não encontramos indícios de que possa ter ocorrido uma invasão. Pode ter ocorrido também um acesso autorizado, estamos investigando isso”, disse Góes em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 1º.
Segundo o delegado, imagens de câmeras de segurança do condomínio foram prejudicadas porque os equipamentos molharam durante a tempestade da última sexta-feira, 26. “Essas imagens serão recuperadas e utilizadas na investigação”, anunciou.
Algumas imagens de câmeras de segurança foram obtidas pela investigação, mas não havia monitoramento na residência e nem imagens da via em frente à casa. As equipes de investigação e perícia também já estiveram na casa, para coleta de informações. Vestígios de sangue foram encontrados no local.
Todas as quatro pessoas que estavam na residência com Flávio já foram ouvidas. Na residência moravam Alejandro Molina Valeiko e Vitório Del Gato. Além de Flávio, também estavam na casa José Edvandro Martins de Souza e Elielton Magno de Menezes Gomes Júnior, que teve ferimentos a faca nas costas e prestou depoimento na tarde desta terça-feira.
Aldeney Góes evitou comentar posicionamento do prefeito de Manaus, Arthur Neto, que em rede social afirmou que ouve invasão da casa por homens encapuzados. Na residência mora o filho da primeira-dama do Município, Elisabeth Valeiko. Alejandro Molina Valeiko participava da festa. Arthur Neto atribui a autoria do crime a traficantes que foram cobrar dívida.
“Não temos informações quanto a isso (invasão por homens encapuzados). Todas as pessoas presentes no local do fato serão ouvidas. Já ouvimos onze pessoas”, disse o delegado. Góes disse que neste primeiro os presentes na festa estão depondo como “informantes do processo”. “Em um segundo momento, se houver indícios de autorias, serão ouvidos já na qualidade de investigados”.
Góes disse que já foi feita uma perícia na casa e novas diligências serão realizadas. Ele não revelou se a polícia já tem suspeitos, “pois anunciar essa condição agora prejudicaria a investigação”.
Flávio Rodrigues foi morto a golpes de facas, segundo laudo do IML (Instituto Médico Legal). Os legistas encontram seis perfurações, sendo duas nas costas, duas no abdômen e duas na coxa esquerda. O corpo também tinha sinais de asfixia, o que indica possível enforcamento.
O condomínio Passaredo dispõe de duas portarias independentes, ambas com cancelas, seguranças armados e entrada autorizada apenas por meio de biometria.
(Colaborou Iolanda Ventura)