O Amazonas é um dos estados com o maior índice de pobreza e um dos mais violentos do Brasil. Um quadro de pobreza e de violência que afeta a vida da população, mas que exige mais ações do poder público.
Segundo o Mapa da Nova Pobreza da Fundação Getúlio Vargas, o Amazonas é o segundo estado com maior índice de pobreza, afetando 51% da população, acima da média brasileira, estimada em 30%. São mais de 2 milhões de pessoas nessa situação.
Os dados mostram que em 2021 no Brasil, 62,9 milhões de pessoas, equivalente a 29,6% da população, vivem com renda domiciliar per capita de até R$ 497.
Em relação à violência, os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 apontam que o Amazonas é o terceiro estado mais letal do Brasil, com crescimento de assassinatos e diversas formas de violência contra os mais pobres.
Tanto a pobreza quanto a violência cresceram muito no Governo Federal passado e tornam-se um grande desafio atual.
Por isso, as ações do Governo do Lula têm esse foco de combater a fome, a miséria, a pobreza e a violência. O Bolsa Família atinge 21 milhões de famílias no Brasil. No Amazonas, são 619 mil famílias, atingindo em torno 2 milhões de pessoas. Quase a metade da população.
O aumento do salário mínimo, o aumento de empregos, a luta para reduzir juros, a negociação das dívidas dos mais pobres, zerar imposto sobre a cesta básica, remédios gratuitos e a Farmácia Popular, a volta da construção de habitações, o aumento de recurso para escola tempo integral, entre tantas ações, mostram o empenho do Governo Lula para mudar o quadro de pobreza e de violência.
Merece destaque a decisão do Governo Lula de apoiar os agricultores familiares, com redução de juros para crédito, a fim de aumentar a produção de alimentos mais baratos e aumentar renda de quem produz, a compra de alimentos para doação às entidades sociais e para alimentação escolar. Além de levar segurança alimentar e combater a fome.
Mas, e o Governo Estadual do Amazonas e as prefeituras, principalmente de Manaus? O que realmente estão fazendo para mudar esse quadro?
O orçamento do governo do Amazonas chega a R$ 30 bilhões. O de Manaus é de R$ 8 bilhões. Mas mesmo com esses bilionários orçamentos, os gastos não focam em ações de prevenção e combate à violência, de inclusão social, de garantia de assistência social e cidadã. Muito se gasta em obras ou eventos sem nenhuma prioridade ou discussão com a população.
Em termos de polícia, tem apenas 15 mil vagas para polícia militar, não totalmente ocupadas, para todo estado. A maioria das delegacias não funcionam a partir das 17h e finais de semana, e o contingente é insuficiente.
Gasta-se “horrores” com eventos e falta o básico para a polícia e para a assistência social. O aumento de pessoas pobres e em situação de rua mostra o descaso dos governos locais.
Quem vai cobrar isso? Seria o papel dos parlamentares municipais e estaduais, mas o quadro político atual mostra que não há oposição e fiscalização dos gastos públicos.
Essa omissão e o descaso público contribuem para que a pobreza e violência ainda estejam caminhando juntas no Amazonas.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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