EDITORIAL
MANAUS – A cidade de Manaus foi encoberta por uma nuvem de fumaça na quarta-feira (20) que encobriu prédios e escondeu monumentos como a Ponte Rio Negro. A mudança da paisagem, no entanto, foi o menor dos problemas. Quem saiu às ruas sentiu na pele – ou melhor, no aparelho respiratório – as consequências da fumaça.
Nos municípios vizinhos, não foi diferente. Em Manacapuru, distante 80 quilômetros de Manaus, houve relatos de que o hospital da cidade teve superlotação por pessoas com problemas respiratórios.
No fim da tarde, autoridades de Manaus e de Manacapuru se pronunciaram para dizer que a fumaça era de municípios do entorno, de queimadas no quintal dos vizinhos. Uma tentativa de se eximir de culpa pelo problema do fogo e da fumaça muito comuns nesse período de verão amazônico.
O secretário municipal de Meio Ambiente de Manaus, Antônio Stroski, usou dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para dizer que nenhum foco de queimada fora registrado na capital nos dias 19 e 20 deste setembro. Também afirmou que o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas não registrou incêndio ou queimada de grande porte nos últimos dias.
“Nós consultamos também o Corpo de Bombeiros de ontem para hoje, e não há registro de nenhum incêndio, nenhum foco de queimada, de grande porte, que possa contribuir com esse cenário que nós estamos vivendo”, disse Stroski.
Em Manacapuru, o secretário de meio ambiente, na mesma esteira, afirmou que a fumaça vinha de municípios vizinhos.
Manaus tem registos, sim, de queimadas diariamente. No dia 19, inclusive, o Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar um foco de queimada em vegetação de um terreno uma fábrica no Distrito Industrial, na Avenida Buriti, uma das principais do Polo Industrial.
No dia 20, outro foco de queimada, mas primeiras horas da manhã, consumiam a vegetação à margem esquerda do igarapé que corta o bairro Coroado, próximo à feira, na Avenida Cosme Ferreira. Esses focos de queimada, mesmo que em proporções menores, contribuem para a formação de nuvens de fumaça.
Nos últimos dias de agosto e primeira quinzena de setembro, o Corpo de Bombeiros trabalhou como nunca para apagar incêndios residenciais e florestais na capital amazonense. No interior do Amazonas, o número de focos de incêndio detectados pelo Inpe superou o mês de setembro do ano passado no dia 20 deste mês.
Não há que se buscar culpados pela fumaça, mas, antes de tudo, é preciso fazer o dever de casa. A Prefeitura de Manaus produziu e divulgou campanha contra as queimadas em agosto e início de setembro. Necessário se faz que os alertas sejam mantidos como medidas de prevenção.
Os órgãos de segurança, meio ambiente e defesa civil devem atuar em conjunto para combater os incêndios, mesmo os de pequeno porte, para evitar que o fogo se alastre.
Para este fim de semana, os serviços de meteorologia estão prevendo os dias mais quentes do ano no Brasil inteiro.
A Prefeitura de Manacapuru iniciou nesta quarta uma campanha nas redes sociais denominada “Alerta Vermelho”, com o objetivo de reduzir as queimadas na cidade, devido às previsões da onda de calor. “É proibido atear foto em qualquer área, seja ela privada ou pública, sob pena de reclusão de 1 a 4 anos”, diz o texto da campanha.
Combater as queimadas é tarefa de todos, autoridades e sociedade, porque todos são afetados pela fumaça e pela onda de calor. E quem desobedecer a lei, precisa pagar pelos danos causados ao meio ambiente e à saúde das pessoas, inclusive com a pena de prisão.
Esperando algum ONG patrocinada pelo di caprio ajuda os ribeirinhos … Percebi que ano passado a mídia colocou um culpado, hoje ela está calada. EX prefeito Arthur não vai pedir ajuda a greta?. Amazônia é só importante se ela der lucro para essa turma.