Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O vereador Diego Afonso anunciou, nesta quinta-feira, 19, que renunciou ao cargo de presidente municipal e pediu a desfiliação do PDT (Partido Democrático Trabalhista). Militantes do partido afirmam que o vereador decidiu deixar a legenda por receio de ser expulso por conta de acusações envolvendo supostas agressões a ex-mulher dele. Diego nega.
“Quando você preside um partido e não consegue construir um projeto plausível para Manaus, percebe que é melhor seguir o caminho. Desde que fui eleito para presidir a direção municipal a minha intenção era fazer um plano arrojado, com candidaturas fortes, mas mudar a mentalidade de uma meia dúzia é dar murro em ponta de faca”, afirmou Diego Afonso.
Na última segunda-feira, 16, o vereador foi convocado pelo conselho de ética do PDT para “esclarecer e apresentar prévia defesa” a respeito de “agressão e perturbação a ordem contra sua esposa, omissão e vacância como presidente do diretório municipal e denúncia pela prática de assistencialismo, conduta e prática ilegais com gabinete móvel”.
A convocação ocorreu em resposta ao pedido de expulsão dele feito por militantes do partido. O requerimento envolve o B.O (Boletim de Ocorrência) nº 20.E.0170.0000612, registrado pela ex-esposa dele na Delegacia Especializada em Crime Contra a Mulher. Ela o acusou de ter a agredido psicologicamente e pediu medidas protetivas de urgência.
O militante do partido Paulo Onofre afirmou que Diego Afonso se sentiu pressionado ao ser convocado para dar explicações ao conselho de ética e preferiu deixar o partido antes de ser expulso.
De acordo com o vereador, o pedido de desfiliação não tem a ver com a possível expulsão dele do partido e que sua saída foi acertada com o presidente nacional Carlos Lupi nessa quarta-feira, 18, por telefone. “O presidente nacional não queria que eu saísse. O Carlos Lupi foi muito tranquilo, disse que o partido está de portas abertas”, afirmou Afonso.
“Criaram essa situação (de expulsão). Chegaram a citar algumas coisas. O conselho de ética não fez nenhuma avaliação. Eles pediram esclarecimentos sobre possível processo no meu gabinete itinerante, questão de B.O da minha ex-mulher – um está arquivado e outro indeferido. Não tem indício de crime, mas foi colocado”, disse o vereador.
Diego Afonso afirmou que a construção de “projeto plausível” para o partido não foi possível por conta da “cabeça de algumas frentes partidárias” que “não somam”. “Não teve expulsão. Tentaram falar de alguma expulsão ou troca de liderança. O que teve foi um grupo de meia dúzia que não representa a maioria que não estava comungando com os mesmos projetos”, disse.