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MANAUS – Enquanto o Pará registrou aumento de 170% nos focos de queimada em 2023, o Amazonas teve alta de 300%, disse o governador do estado paraense Helder Barbalho (MDB), em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira (10), em Manaus.
Helder participou do Fórum dos Governadores da Amazônia Legal e foi questionado sobre a declaração do governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), de que a fumaceira que encobriu Manaus e outros municípios amazonenses neste mês era proveniente do Pará.
O governador paraense adotou tom de união e disse que os dois estados foram os que mais reduziram desmatamento neste ano, mas registraram alta em focos de incêndio por conta do fenômeno El Niño, que provoca mudanças nas condições climáticas de várias regiões.
“Estamos falando de desmatamento ilegal, que é quando, de maneira pensada, alguém comete uma ilegalidade e destrói a floresta. E estamos falando de um momento de estiagem e seca que, independente se foi um ato humano ou se foi consequência do calor, dos ventos e da secura de vegetação, faz com que focos de incêndio possam estar acontecendo”, disse Barbalho.
“O estado do Pará aumentou focos de queimada em 170%. O Amazonas aumentou focos de queimada em 300%. Isso quer dizer desmatamento ilegal? Não. Isso quer dizer que, em fruto ao El Niño, em fruto à secura da vegetação, em fruto ao calor que nós estamos vivendo, aumentaram-se os pontos de queimadas em nossos territórios”, completou o governador do Pará.
Barbalho disse que o El Niño tem atingido de forma “mais severa” a região da Bacia Amazônica e que eventos como o Fórum dos Governadores da Amazônia Legal servem para discutir soluções urgentes para problemas como esses.
“Este, certamente, é um cenário que deve chamar a atenção do mundo de que as reações climáticas exigem soluções na mesma urgência, na mesma emergência. E é por isso que nós estamos todos aqui unidos, compreendendo de que nós falamos por região. Estamos juntos na mesma causa, na mesma agenda. Porque tudo aquilo que acontece em uma unidade da federação do território Amazônico repercute inevitavelmente nas outras unidades”, disse Barbalho.
“Todos nós queremos ver a Amazônia preservada. Mas sempre lembrando que a Amazônia preservada significa preservar a floresta e encontrar soluções para que os 29 milhões de brasileiros que moram na Amazônia possam ter oportunidade de vida, de acesso a serviços e de justiça social”, completou Barbalho.
Desmatamento
Sobre o desmatamento na Amazônia, Barbalho referenciou dados divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) nesta quinta-feira (9) que mostram redução de 22% no desmatamento na região em 2023.
A área desmatada na Amazônia foi de 9.001 km², conforme o relatório anual do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite).
O Pará lidera o ranking do desmatamento, com 3.272,00 km² de floresta destruída, seguido do Mato Grosso (2.086,00 km²) e do Amazonas (1.553,00 km²).
O governador do Pará apresentou os dados como positivos, pois revelam uma redução na comparação com 2022. “Foram reduzidos, em desmatamento, de 2022 para 2023, um total de 2.592 km²”, afirmou Barbalho.
“Os dois estados juntos representam 74% dessa redução, chegando próximo de 1.950 km². Isso é um ponto absolutamente favorável que deve nos entusiasmar a trabalhar cada vez mais porque estamos no caminho certo”, afirmou Barbalho.
“Quando nós olhamos apenas o ano de 2023, esse número sai de 22% e chega a mais de 45% de redução do desmatamento”, completou Barbalho.
Veja o ranking: