Por Marcelo Moreira, do ATUAL
MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou na manhã desta terça-feira (12) ações de emergência para municípios do interior afetados pela estiagem. Segundo a Defesa Civil, 32 cidades sofrem as consequências da seca nos rios da Amazônia, sendo que quatro delas declararam situação de emergência: Envira e Itamarati, na calha do Rio Juruá; e São Paulo de Olivença e Beijamin Constant, na calha do Rio Solimões. Outros 15 municípios estão em estado de alerta e 13 em atenção.
De acordo com Wilson Lima, haverá a renegociação de dívidas de empresários que tiveram prejuízos com a estiagem por meio do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas) e Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas), mesmo para aqueles que têm parcelas em atraso.
O governador também disse que o estado fará a instalação de abastecedores e purificadores de água nas comunidades. Anunciou ainda a compra da produção de agricultores impossibilitados de vender e transportar alimentos; o resgate de pacientes por UTI (Unidade de Terapia Intensiva) aérea; e a adoção do EAD (Educação à Distância) para alunos que estão sem acesso à escola. Eles receberão a merenda em casa.
Lima afirmou que há a possibilidade de repasse de recursos às prefeituras, mas não informou os valores. Também disse que 40 alunos de Beijamin Constant (a 1.118 quilômetros de Manaus) e Careiro da Várzea (a 19 quilômetros da capital) estão sem aulas. A estimativa do governo é de que pelo menos 20 mil alunos deixem de frequentar a escola até o fim da seca no estado.
Segundo o governador, as comunidades já estão sofrendo com o encarecimento de produtos e a falta de alimentos, de combustíveis e cortes no fornecimento de energia elétrica.
Mudanças climáticas
O secretário da Defesa Civil do Amazonas, Francisco Máximo, explicou que a seca deste ano no estado será parecida a que ocorreu em 2010, quando houve estiagem severa e o Rio Solimões chegou a 86 centímetros. O secretário informou que, atualmente, o nível desse rio é de 91 centímetros, com descida de 5 centímetros diariamente.
Francisco Máximo disse que a aceleração da vazante está relacionada ao aquecimento global, à alta incidência de queimadas no estado e ao baixo índice de chuvas.
“O clima tá tentando se equilibrar. O planeta tá muito aquecido, em função da emissão de gases de efeito estufa, proveniente da queima de combustíveis fósseis. O que tá acontecendo é que o globo tá aquecido e as mudanças climáticas têm nos colocado em uma crise climática permanente e o El Niño tem potencializado isso”, disse Francisco.