MANAUS – Nesse período eleitoral, muito se fala em resolver o problema do trânsito em Manaus. De fato, a capital amazonense, com 2,2 milhões de habitantes, tem um trânsito complicado, para dizer o mínimo.
Pouco se fez nos últimos anos para melhorar a fluidez. Os investimentos foram, basicamente, na construção de viadutos e passagens de nível, alguns deles, com erros grosseiros de engenharia, como é o caso da Rotatória do Coroado.
Já dissemos em outra ocasião que sem resolver o problema do transporte de massa, de modo que incentive os manauaras a deixarem o carro em casa durante a semana para deslocamentos ao trabalho, não haverá solução nem no curto, nem no médio e nem no longo prazo.
Mas é possível se fazer intervenções que melhorem o fluxo pelo menos em alguns pontos mais críticos. Para isso, é preciso ter coragem, deixar de lado a política da amizade com o poder e tomar decisões que sejam benéficas para a maioria, e não para uma casta.
Um caso concreto dessa política da amizade com o poder, é o jogo de semáforos na Avenida André Araújo com a Rua Gabriel Gonçalves, na zona centro-sul. Um semáforo para quem vira à esquerda estando na André Araújo, deixa apenas uma faixa liberada para um fluxo intenso de carros de todos os tamanhos. Mais absurdo do que isso, não deve existir em lugar nenhum do mundo, mas uma solução não vem porque grande parte dos membros e servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas se beneficia desse caos.
Outro problema é a Rotatória do Coroado. O complexo viário ali construído tem um erro grotesco de engenharia. A pista subterrânea deveria ser para quem vem da Avenida Cosme Ferreira, para acessar a André Araújo e a Rodrigo Otávio. Fizeram o contrário: quem vem da Rodrigo Otávio e segue para a Ephigênio Salles e a André Araújo passa por baixo, livremente. O resultado é uma passagem subterrânea sem fluxo na maior parte do dia, e um Cosme Ferreira congestionada o dia inteiro e parte da noite.
Não tem saída: por mais que alguns achem um absurdo, a Prefeitura de Manaus precisa instalar um jogo de semáforos na rotatória e manter os agentes de trânsito nos horários mais críticos. Também ajudaria o fluxo da Avenida das Torres para acesso à rotatória, um semáforo para quem chega à Cosme Ferreira.
Outra solução seria corrigir a obra do complexo viário, o que geraria transtorno temporário, mas a solução poderia compensar no futuro.
Também constitui um problema a falta de agentes de trânsito em locais estratégicos. A Bola do Produtor, por exemplo, vira um pandemônio nos dias de maior movimento. Não são raras as vezes em que o trânsito para totalmente naquela rotatória por horas, por falta de pessoas que ajudem a controló-lo.
Em determinados cruzamentos, a simples presença de agentes de trânsito já inibe ações como o fechamento das vias.
Com o contingente atual, os agentes de trânsito não conseguem atuar na cidade. Mas esse assunto vai ficar para uma próxima Coluna Expressão.