Da Redação
MANAUS – Vender peixes nativos do Amazonas para a China é uma proposta ousada, mas não improvável. O país mais populoso do mundo já é o maior consumidor global da soja brasileira e o Codese (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus) defende ser possível conquistar esse mercado.
A ideia do peixe made in ZFM para a China é do presidente da entidade, engenheiro civil Romero Reis, que aposta em projetos econômicos envolvendo cinco potencialidades do estado: piscicultura, mineração, biotecnologia, polo digital e turismo.
“Quem podia imaginar há 53 anos que Manaus tinha vocação de fazer motos, de fazer concentrados, de fazer celulares, de fazer eletroeletrônicos? As vocações naturais não foram implementadas. Nós vamos sair da nossa zona de conforto e dizer: desses R$ 200 bilhões que queremos produzir fora do polo, quanto vai caber para piscicultura. Vamos vender proteína de peixe para China e faturar 20, 30, 40 bilhões de reais. Assim vamos conseguir gerar empregos”, disse Reis.
A viabilidade de negócios globais nesses segmentos econômicos dependerá de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), que tem orçamento estimado em R$ 1 bilhão para 2020, em qualificação da mão de obra local. “Hoje, em Manaus, deve ter uns 500 postos de trabalho com salários acima de R$ 5 mil e não tem gente capaz de ocupar. Nas escolas, nas faculdades, as pessoas precisam aprender matemática de verdade. Isso vai permitir que Manaus fature R$ 50 bilhões por ano apenas com o Polo Digital”, avaliou.
Para tirar a ideia do papel, o Codese assinou termo de cooperação técnica com o Instituto Creathus e a Prefeitura de Manaus para desburocratizar licenciamentos, aprovações e alvarás pelo Implur (Instituto Municipal de Planejamento Urbano). A intenção é eliminar o papel e implantar sistema virtual.
O Codese é formado por representantes de 24 entidades da sociedade civil.