Da Redação
MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas elucidou o falso sequestro de Yuriton Rodolfo Pereira de Freitas, 19, conhecido como “Yuri”, no município de Itacoatiara (distante 176 quilômetros de Manaus). Durante as diligências em torno do caso, Leonardo Vieira Gonçalves, 25, e Alexandre Gonçalves da Silva, 23, foram detidos por envolvimento na farsa.
De acordo com os delegados da DIP (Delegacia Interativa de Polícia) e DEP (Delegacia Especializada de Polícia), na tarde de quinta-feira, 15, por volta das 17h, “Yuri” enviou aos familiares mensagens de texto e fotos, informando que havia sido sequestrado e estava sendo mantido amarrado em uma casa. As equipes das duas unidades policiais foram acionadas e iniciaram as diligências em torno do caso, após a formalização da ocorrência. Os policiais analisaram as imagens em que o jovem aparecia amarrado em cativeiro e os áudios enviados, do próprio aparelho celular dele, onde era feito o pedido de resgate no valor de R$ 20 mil.
“Iniciamos as buscas para tentar localizar ‘Yuri’ e conseguimos rastrear o aparelho celular dele. O jovem foi encontrado por um amigo da família dele e por policiais militares. O fato ocorreu na noite de ontem, por volta das 22h, no quilômetro 165 da rodovia estadual AM-010, logo após eles receberem informações de que o jovem havia sido visto caminhando pela via”, explicou Paulo César Barros.
Depoimento – Inicialmente “Yuri” alegou que foi sequestrado e violentado por três ocupantes de um carro de cor preta, porém, os resultados dos exames feitos no Hospital de Itacoatiara deram negativo para violência sexual. Segundo o titular da DEP, “Yuri” teria passado a se contradizer até assumir que havia tramado o suposto sequestro, influenciado por outros indivíduos, para conseguir dinheiro da família.
“De posse das informações repassadas pelo jovem, as equipes se deslocaram até o local onde foram realizadas as imagens dele, uma casa situada na rua Sete de Setembro, bairro Prainha, em Itacoatiara, onde foi encontrado o notebook de ‘Yuri’. No local, Leonardo e Alexandre foram detidos e assumiram que participaram do sequestro forjado. Eles, porém, argumentaram que a ideia do crime partiu de “Yuri” que, inclusive, chegou ao lugar com a corda utilizada para amarrá-lo”, disse Barros.
Conduzido à delegacia, onde prestou esclarecimentos, Yuri” alegou, ainda, que planejou o delito para chamar a atenção dos familiares, pois sabia que eles não tinham condições de efetuar o pagamento. No prédio da DIP, Yuriton, Leonardo e Alexandre foram indiciados por falsa comunicação de crime e associação criminosa. Ao término dos procedimentos cabíveis na unidade policial, o trio foi liberado e irá responder ao processo em liberdade.