Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – O ex-governador interino do Amazonas David Almeida (PSD) disse que das 2.340 cirurgias contratadas em seu governo – de maio a setembro – para serem realizadas em caráter emergencial no Hospital Delphina Aziz, o IMED (Instituto Médico de Clínica e Pediatria do Estado do Amazonas) realizou apenas 1.030 procedimentos. Almeida, que é presidente da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), disse que o contrato no valor de R$ 8 milhões termina na segunda-feira, 13, e a realização das operações podem ser suspensas.
David Almeida disse que está receoso, porque “desde o último sábado não se faz nenhum procedimento cirúrgico no hospital”. O deputado quer saber se a Susam (Secretaria de Estado da Saúde) pagará o valor total contratado ou apenas pelo número de cirurgias já feitas. A intenção de Almeida é evitar complicações jurídicas e desgaste político com a interrupção dos procedimentos cirúrgicos e possíveis pagamentos por serviços não realizados.
“Eu sugeri ao secretário (Francisco Deodato – Saúde) que não pare as cirurgias e que pague os atrasados. O restante referentes às cirurgias ainda não realizadas, que seja pago em janeiro”, disse Almeida, ao revelar que esteve com o secretário de Saúde para conhecer a situação do contrato.
O líder do governo na ALE, Dermilson Chagas (PEN), disse que o governo está se esforçando para manter o contrato. Chagas informou que o secretário de Saúde já convidou a direção do IMED para renegociar às dívidas pendentes. “Não houve suspensão dos serviços, o que vai haver é um vencimento de contrato, que já está sendo discutido pelo Estado”, disse.
Outro lado
O secretário de saúde, Francisco Deodato, informou que as cirurgias não foram canceladas ou paralisadas, no entanto, segundo ele, existe um processo de vistoria em todos os contratos da administração pública, inclusive, nos feitos no governo anterior. Sobre a manutenção do contrato com a IMED, Deodato informou que tudo será revisto e o pagamento por parte do governo vai ser feito por procedimento realizado pela empresa contratada.
“O hospital Delphina funciona com um contrato global de gestão e tem um outro contrato com a administração anterior. Como estamos em fase de discussão com os serviços realizados, inclusive, estamos com representantes dessa empresa prestadora de serviços hospitalares em discussão para rever todo o contrato”, disse o secretário.