Por Augusto Costa, da Redação
MANAUS – Vigilantes que prestam serviços ao governo do Estado realizaram um protesto organizado pelo sindicato da categoria para denunciar a falta de pagamento às empresas e consequentemente aos trabalhadores. A manifestação foi realizada em frente à Visam (Vigilância e Segurança da Amazônia), na rua Tito Bitencurt, 67, bairro São Francisco, zona sul de Manaus.
De acordo com os vigilantes, a Visam presta serviços para o governo do Estado e há dois meses não realiza o pagamento dos funcionários. O presidente do Sindivam (Sindicato dos Vigilantes de Manaus), Valderli Bernardo, disse que mais de 2,5 mil vigilantes estão sem receber salários em Manaus. Ele disse que alguns empresários devem se reunir agora pela manhã com o secretário da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda), Afonso Lobo para tentar resolver o impasse.
“Na verdade não somente os trabalhadores da Visam, mas da Legitima, da Global Sete, entre outras, estão sem receber os seus salários e hoje já é dia 25 de abril e nada de pagamento. As empresas alegam que não conseguem mais pagar a folha de funcionários porque estão há mais de cinco meses sem receber do governo do Estado. Por isso, os trabalhadores da Visam resolveram fazer essa manifestação. Se o pagamento não for realizado até o dia 28, nós vamos fazer uma grande manifestação em frente à sede do governo”, prometeu o presidente.
Valderli afirmou que não é apenas os salários que estão atrasados, mas também o depósito do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), férias e os planos de saúde dos vigilantes e o vale-transporte. Ele disse que vai acionar o MPT (Ministério Público do Trabalho) para ver se resolvem a inadimplência.
“Os atrasos nos pagamentos começaram desde o fim de 2014 com o governador José Melo, e continua até hoje. Já tentamos conversar, mas o governo do Estado apenas promete e não resolve nada. Estes vigilantes trabalham em todos os segmentos do Estado, menos nas escolas e por isso estão sendo furtadas o patrimônio que não é do José Melo, mas da população. Uma parte da responsabilidade do pagamento é das empresas de vigilância, mas principalmente do governo”, disse o sindicalista.
“Eu sai da minha casa pela terceira vez com a promessa de que iria receber e chego aqui na Visam e nada de pagamento. Estão descontando do nosso salário plano de saúde e quando buscamos atendimento médico eles dizem que está cancelado. Os advogados da empresa estão mandando a gente cobrar o governador, mas nós trabalhamos é para a Visam. Já estou com aluguel atrasado, sem comida em casa e com várias contas para pagar”, lamentou o vigilante Alfredo Caetano.
O vigilante Edijones Costa, 43, que há quatro anos atua na profissão, confirmou que há dois meses não recebe os salários. “Tem vigilante que está com férias vencidas e há dois meses sem receber. Tenho empréstimo atrasado, aluguel, escola da família, tudo atrasado, a situação é insustentável”, disse.
A reportagem do AMAZONAS ATUAL tentou contato com o secretário Afonso Lobo, mas o telefone estava desligado ou fora da área de cobertura.