Alunos de mestrado e doutorado dependentes de bolsas da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas) têm enfrentado uma verdadeira via-crúcis na tentativa de dar continuidade aos cursos de pós-graduação, em função dos constantes atrasos no pagamento de bolsas de estudo. O problema começou a se tornar frequente no ano passado, com o impacto da crise econômica no País e, consequentemente, no Amazonas, afetando diretamente a receita do Estado. A data de transferência de valores às contas dos alunos é no fim do mês, entre os dias 30 e 31, mas o auxílio de junho, por exemplo, não foi repassado até esta terça-feira, 19. São quase 20 dias de atraso, o que têm causado transtornos aos bolsistas. Via de regra, eles não podem ter outro vínculo empregatício quando recebem o benefício, o que os torna financeiramente dependentes da Fapeam. Fontes consultadas pelo AMAZONAS ATUAL informaram que muitos estão desistindo dos cursos, escolhidos a dedo em instituições de excelência, já que o Amazonas dispõe de poucos programas e cursos de pós-graduação em algumas áreas. Com as desistências, perde o Amazonas, que está em ascensão no meio científico e corre o risco de parar no sinal vermelho nas áreas de ensino e pesquisa.
Dados financeiros
Nos seis primeiros meses de 2015, a Fapeam consumiu R$ 27,16 milhões em recursos públicos para a manutenção da instituição e programas ofertados, bem como, para ao apoio a pesquisas desenvolvidas no Estado.
Neste ano, foram R$ 27,27 milhões em pagamentos, até o dia 19 de julho. O valor corresponde a R$ 32,2% do orçamento total autorizado para este exercício. Se considerado o orçamento vigente, a Fapeam deveria ter utilizado R$ 42,30 milhões no primeiro semestre de 2016, ou seja, 55% a mais do total empregado até o momento, segundo dados de pagamento disponíveis no Portal da Transparência do Governo do Estado.