SÃO PAULO – Mulheres que lutam, mulheres que choram. São as que dão duro por um pedaço de pão para seus filhos, as que clamam por espaço. Mulheres que riem e escondem a tristeza, ausentam-se de si mesmas para que haja respeito. Mulheres que seguram a responsabilidade de serem julgadas mais frágeis, mesmo quando são elas que passam pela dor do parto e são obrigadas a criar uma criança sozinha dentro de uma sociedade machista. Mulheres que se calam por medo de serem julgadas, mulheres que não podem gritar porque quando gritam são interpretadas como “exageradas”. Quem foi que tirou a mulher do fogão? Quem teve a audácia de colocar um diploma em suas mãos? Quem foi que disse que mulher sabe votar? Quem teve a ideia de dar o direito da mulher se amar? As correntes invisíveis que prendem o punho delas não são inquebráveis e elas já descobriram isso. Ser mulher é um ato revolucionário quando a realidade é injusta. Ser mulher é um ato de coragem quando a única opção que resta é ser forte. Todos baixam a cabeça quando o assunto é a violência contra elas; os números arrastam sangue pelo país, enquanto a única preocupação deles é saber “qual era o tamanho da saia?”. Enquanto todos silenciam, a mulher resolve gritar; enquanto todos a sufocam, a mulher resolve empoderar-se de um poder que já fora dada a elas desde sempre, mas só agora entendeu que a garganta foi feita para desatar os nós e nunca mais engoli-los. O dia da mulher é todo dia e não são de flores, são de lutas!