Da Redação
MANAUS – Sem acordo com os empresários, os rodoviários mantiveram a greve parcial de ônibus do transporte público de passageiros em Manaus na manhã desta terça-feira, 30. Em reunião na noite dessa terça-feira, 29, o Sindicato dos Rodoviários exigiu o pagamento e R$ 13 milhões referente a reajustes salariais retroativos e mais 7,5% de aumento este ano. Os empresários ofereceram 6,5% e, sem acerto, se retiraram do encontro.
Diante do desentendimento entre o Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Manaus) e do STTRM (Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus), o prefeito Arthur Virgílio Neto deu um prazo de 24 horas para que as categorias firmem acordo e ponham fim à paralisação. Arthur afirmou que aplicará multas pesadas a ambas as entidades.
“A Procuradoria Geral do Município vai entrar com uma ação junto à Justiça do Trabalho para pedir multa rigorosa para ambas as partes. E para terminarmos de vez com esse imbróglio, vamos agir agora contra ambos os sindicatos e será assim daqui em diante”, afirmou o prefeito.
O TRT11 (Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região) já aplicou multa de R$ 200 mil por hora parada ao STTRM e bloqueou R$ 97 mil do sindicato para assegurar o pagamento da multa.
O advogado dos rodoviários, Orlando Botelho, disse que a categoria tenta um acordo há dois meses. “A vontade de entrar em um acordo por parte dos trabalhadores existe há mais de 60 dias”, disse.
O Sinetram informou que devido à exigência do sindicato sobre a concessão de ganhos reais e a greve que considera irregular, conforme decisão do TRT11, entendeu por bem suspender as negociações até a normalização do serviço. “A diretoria do Sinetram agradece a iniciativa e o apoio da Prefeitura no processo de negociação e acredita no diálogo como forma de solução para a crise. Continuaremos dispostos a dialogar, desde que respeitadas a lei, as decisões judiciais e a condição econômico-financeira do país e do setor, a qual não permite a concessão de vantagens incompatíveis com realidade”, disse o assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges.
Conforme o Sinetram, nessa terça apenas 50% da frota operou durante o dia inteiro, conforme levantamento do Centro de Controle Operacional (CCO). Cerca de 350 mil pessoas foram prejudicadas. As nove empresas operam em 229 linhas, com 1,3 mil ônibus e transportam, em média, 750 mil pessoas.
Na manhã desta quarta, usuários lotaram os terminais de integração e ficaram, em média, uma hora e meia esperando pelo ônibus. Em alguns casos, como o registrado no Alvorada, um motorista liberou a entrada de graça dos passageiros que lotavam o ponto de ônibus.