Da Redação
MANAUS – Os peritos criminais que atuaram na investigação do homicídio da empresária Jerusa Nakamine informaram nessa sexta-feira, 15, que a hipótese de suicídio, levantada inicialmente pela investigação, nunca foi considerada por eles, já que a dinâmica da mancha de sangue e das perfurações apontava claramente para um homicídio. Eles também informaram que não há evidências de luta corporal entre a vítima e o autor do crime, contrariando a versão do marido de Jerusa, Ivan Rodrigues das Chagas, que confessou a autoria do assassinato.
De acordo com a perita Gisele Barreto, que esteve presente no local do crime, a perícia foi chamada para atender uma ocorrência de suicídio. Mas as características da cena, de imediato, apontavam para outra linha de investigação. “Diante da quantidade de perfurações no corpo da vitima, que foram provocadas por uma arma branca, e pela dinâmica do sangue no local, de imediato descartamos qualquer possibilidade de suicídio, o que foi confirmado em seguida com o laudo pericial”, disse.
O laudo pericial citado pela perita foi importante para que a polícia civil mudasse a linha de investigação, o que, na opinião do perito Ilton Soares, foi essencial para que o marido da vítima confessasse a autoria do crime. Ele também explicou que outra versão apontada por Ivan, a de que houve luta corporal entre ele e a vítima, também foi descartada pela perícia. “No local do crime não havia desalinho, e nem indício de luta corporal. Além disso, a vítima não apresentava marcas de defesa, que são cortes nos braços característicos de quem tenta se proteger de golpes de arma branca”, explicou.
Outro indício de que não houve luta corporal antes do homicídio está no exame toxicológico realizado na vítima. No laudo divulgado nesta sexta-feira, foi identificada na urina de Jerusa uma substância presente em medicamentos antidepressivos ou calmantes, e que causa dopagem química no usuário, o que comprometeria a defesa por parte da vítima. “A investigação apontou que a empresária fazia utilização de remédios com essa substância, mas não podemos descartar ela tenha sido induzida a ingerir para facilitar o crime”, disse a perita Fernanda Versiani.