Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Fora da coligação ‘Renova Amazonas’, do candidato a governador David Almeida (PSB), o PCdoB registrou no TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas), nos últimos minutos do prazo, nesta quarta-feira, 15, a coligação ‘O Povo Feliz de Novo’ com a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) candidata à reeleição. Os comunistas incluíram o PT na aliança, que terá a prerrogativa de indicar um nome para concorrer ao cargo de governador.
Antes, o PT terá que sair da coligação com o PSB. A união à força com os petistas foi anunciada pelo presidente regional do PCdoB, Eron Bezerra, na tarde desta quarta-feira em entrevista coletiva sem a presença de lideranças petistas.
O PCdoB também trabalha com um plano B: caso a direção estadual do Partido dos Trabalhadores decida continuar na coligação do deputado David Almeida (PSB), o nome indicado para a cabeça de chapa será o da ex-vereadora Lúcia Antony (PCdoB). “O plano B é ter uma candidatura própria a governador, se for necessário. Aqui, ao lado de vocês, a nossa ex-vereadora Lúcia Antony. A nossa companheira tem consciência que está aqui à disposição. Se for necessário recuar para compor, também estará a postos”, afirmou Eron.
“Me senti traída”
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) disse que se sentiu traída e que não sabe o motivo do imbróglio com o PSB e o PT. “Eu não sei o que moveu isso. Eu me senti traída. Nunca foi dito ao PCdoB, tampouco a mim, que eu não era a candidata daquele bloco e que meu partido estava vetado. Em decorrência disso, como eles lutaram pelo acordo que eles tinham, nós também lutamos pelo acordo que nós tínhamos”, afirmou.
Na terça-feira, 14, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, apresentou ao TRE-AM pedido para incluir o PCdoB na coligação de Almeida. Na petição judicial, Hoffmann considerou a deliberação nacional da sigla que firmou parceria com o PSB. Como o partido não aceitou a inclusão de Grazziotin, o PT deve se retirar da aliança no Estado.
Nesta quarta-feira, Vanessa Grazziotin criticou a conduta do PSB em relação a “falta de lealdade” com o PCdoB. “Não adianta falar em mudança se você não se norteia por princípios fundamentais, como o princípio da sinceridade e da lealdade. Eu acho que esses são princípios que não nos abandonam jamais”, disse.
“Nós ajudamos a pavimentar essa coligação. Entretanto, nós só ficamos sabendo que o PCdoB não faria parte da coligação um dia antes da convenção. Em uma atitude que eu lamento muito, por que considero uma atitude sórdida, desleal, uma traição. Tudo o que nós não podemos permitir entre aliados é esse tipo de atitude”, afirmou.
A senadora disse que apesar de todo o “sofrimento” que ela e o partido passaram, ainda gostaria de entrar na coligação de David Almeida (PSB). “Por nós, não tem problema nenhum. Nós queremos vencer as eleições. Apesar de tudo o que nós sofremos, com muita coragem, força e determinação, nós seguimos esses dias todos dialogando, conversando e esperamos que dê certo”, disse a candidata.
Afagos no PT
Conforme Grazziotin, o PT no Amazonas não sabia que o PCdoB estava de fora da coligação de David Almeida e que o veto foi uma decisão que partiu da direção do PSB. “O PT sempre colocou, desde a primeira hora, que não tinha participação e que ficou sabendo daquele veto no dia (da convenção do PSB). Eu não me sinto exatamente traída pelo Partido dos Trabalhadores. Eu acho que isso não partiu da direção estadual do PT. Isso foi anunciado no dia por um único partido. Aliás, o Partido dos trabalhadores nem estava presente na convenção do PSB, que foi quem anunciou que não havia mais espaço e que o PCdoB não iria fazer parte da coligação”, disse Vanessa.
A reportagem ligou para os presidentes estaduais do PT e PSB, mas as chamadas não foram atendidas.