Da Redação
MANAUS – Classificado pelo MPF (Ministério Público Federal) como líder do esquema de fraudes da Operação Maus Caminhos, o médico e empresário Mouhamar Moustafa foi denunciado em 80 ações do MPF, sendo 32 de improbidade administrativa e 48 penais. Moustafa é proprietário do INC (Instituto Novos Caminhos), que liderava esquema de fraudes na saúde pública do Amazonas, segundo conclusão da investigação feita pela PF (Polícia Federal), MPF e CGU (Controladoria Geral da União). Ele também é dono de três outras empresas envolvidas nas fraudes: Salvare Serviços Médicos Ltda., Total Saúde Serviços Médicos e Enfermagem Ltda., e Sociedade Integrada Médica do Amazonas (Simea).
Nas denúncias, o MPF acusa o empresário de lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, formação de quadrilha e improbidade. Todas as ações tramitam na Justiça Federal no Amazonas. As penas previstas nos crimes ultrapassam os 40 anos de prisão.
Mouhamad foi preso pela primeira vez em setembro de 2016 na Operação Maus Caminhos, que teve outras duas etapas: a Custo Político, que prendeu seis ex-secretários de Estado, e a Estado de Emergência, na qual foi preso o ex-governador José Melo. Todos estão em liberdade.
A operação desarticulou o esquema que desviava recursos públicos por meio de contratos firmados com o governo do Estado para a gestão de três unidades de saúde em Manaus, Rio Preto da Eva e Tabatinga, feita pelo Instituto Novos Caminhos.
As investigações que deram origem à operação demonstraram que dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC. A apuração indicou o desvio de, pelo menos, R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.
As operações Custo Político e Estado de Emergência, que são desdobramentos da Maus Caminhos, mostraram, ainda, o envolvimento de agentes públicos e políticos da alta cúpula do Executivo estadual, entre eles o ex-governador José Melo, em um esquema de propina criado para acobertar e colaborar com os desvios feitos pelo grupo que geria as unidades de saúde, liderado pelo médico Mouhamad Moustafa.
Em agosto de 2017, Moustafa foi solto após o pagamento de fiança. Em outubro foi preso novamente ao ultrapassar o perímetro determinado pela Justiça, mas depois ganhou a liberdade.
A mais recente denúncia contra Mouhamad é por lavagem de dinheiro.
Esse cara sim é um pilantra desviando recursos do Estado para se beneficiar a si próprio. Acho isso um absurdo. Ele sim, obrigada as pessoas a fazerem as coisas pra ele. Acho que Deus o colocará no seu destino.