MANAUS – O vice-governador Henrique Oliveira (SD) já comunicou oficialmente a Casa Civil do Governo do Amazonas e a Assembleia Legislativa que não assumirá o comando do governo nas ausências do governador José Melo (Pros) em função da decisão de disputar as Eleições 2016 como candidato a prefeito de Manaus. Apesar de ser do grupo de Melo e do senador Omar Aziz (PSD) e de ter apoiado a candidatura de Arthur Virgílio Neto (PSDB) em 2012, Henrique parte solitário para a disputa em outubro, disse em entrevista ao AMAZONAS ATUAL.
O governador Melo e o senador Aziz já declararam em ocasiões recentes que vão apoiar a reeleição do prefeito Arthur. Decidido a se desgarrar do grupo, Henrique afirma que respeita a decisão dos dois, mas é independente. “Eu tenho o meu partido, faço parte de um grupo, mas o governador vai entender que eu sou um ser político que precisa estar integrado à política. Eu sou um vice-governador, faço parte de um grupo, mas o governador não vai impedir que eu contribua com o processo democrático de uma cidade que tem uma demanda enorme de serviços e que não foram resolvidos nos últimos quatro anos.”
Henrique afirmou, ainda, que a gratidão do senador Omar Aziz a ele foi ter dado apoio à chapa do governador José Melo na campanha da reeleição. Sobre o prefeito Arthur, Henrique disse que o apoiou no segundo turno em 2012 e ele retribuiu o apoiando como vice-governador em 2014. “Nós estamos quitis. Eu não tenho o comprometimento de ter que apoiar uma chapa que é apoiada pelo governador Melo”.
O PSD, do senador Omar Aziz, deve indicar o candidato a vice-prefeito na chapa de Arthur. Conforme a coluna Expressão adiantou, nesta semana, o nome já definido é o do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Josué Neto (PSD).
Amigo de Arthur
O vice-governador afirmou que é amigo pessoal de Arthur, mas no campo político, a conversa é diferente. “Quando a gente coloca os desígnios e o destino de uma cidade, amizade à parte. Eu sou amigo do Arthur, acho uma pessoa muito agradável, boa conversa, mas só existe uma vaga pra prefeito”.
Inelegibilidade
Para disputar a prefeitura de Manaus, no entanto, Henrique Oliveira tem que superar uma barreira, que é a ameaça de se tornar inelegível por conta do processo que resultou na cassação do governador José Melo e dele no Tribunal Regional Eleitoral. Para o vice-governador, o imbróglio está superado. “O que aconteceu agora, com o efeito suspensivo, já suspende todas as medidas. Mas não foi tratada a questão da inelegibilidade. A inelegibilidade seria por causa de um colegiado que votou, mas como houve um efeito suspensivo, enquanto não for transitado em julgado, estará valendo o meu registro”.
Henrique disse ter certeza de que não terá o registro negado, mas faz uma ponderação: Eu só vou ser candidato se a Justiça Eleitoral permitir. Eu confio na Justiça Eleitoral, mas o meu registro, o meu santinho, a minha propaganda a minha posição na propaganda eleitoral gratuita só vai acontecer se a Justiça Eleitoral permitir”.
Alianças
Nesta semana, Henrique conseguiu mais um partido para o arco de alianças em torno da candidatura dele a prefeito: o PMB (Partido da Mulher Brasileira). Além dele, o PRTB também já está fechado. Segundo o pré-candidato, o PMB vai proporcionar um bom tempo de televisão, porque ao ser criado, o partido arregimentou 22 deputados federais. No entanto, com a chamada “janela partidária”, o partido foi esvaziado na Câmara dos Deputados e termina o prazo para a troca de partidos com dois parlamentares. “Apesar desse esvaziamento, vale o tempo de TV de antes da janela partidária”, disse Henrique.
Outros partidos ainda estão em negociação com o Solidariedade de Henrique. Um deles é o DEM, do deputado Pauderney Avelino. Segundo Henrique, o partido ainda não superou as divergências com o PSDB por conta das eleições de 2015 no Amazonas, e pode ser uma legenda importante no arco de alianças.