Daisy Melo, da Redação
MANAUS – Servidores da Justiça do Trabalho e Eleitoral, funcionários dos Correios e aeroviários em Manaus também confirmaram adesão à greve geral desta sexta-feira, 28, de protesto as reformas trabalhista e previdenciária. A paralisação deverá afetar serviços públicos, bancários, de transportes e voos na capital. “Convocamos os aeroportuários, que aqui em Manaus são em torno de 700, para deixar seus postos de trabalho e vamos nos concentrar amanhã (sexta), pela manhã, no saguão do aeroporto (Internacional Eduardo Gomes)”, disse Artur Nascimento, dirigente do Sina Amazonas (Sindicato Nacional dos Aeroportuários).
Bancários, rodoviários, metalúrgicos, petroleiros, estivadores e professores das redes federal, estadual e municipal já haviam anunciado paralisação. A mobilização é um protesto às mudanças na Lei da Terceirização e as propostas das reformas da Previdenciária e Trabalhista, do governo de Michel Temer.
No caso dos Correios, os trabalhadores aprovaram paralisação por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 27. “Vamos somar forças na greve geral porque somos contra o desmonte dos Correios que, desde 2011, não contrata ninguém. Falta gente para trabalhar, não tem como dar conta do serviço”, disse o vice-presidente do Sintec-AM (Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Amazonas), Afonso Rufino. Segundo ele, 1.274 funcionários trabalham na capital e interior do Estado. “A própria empresa fez uma estimativa de que no Amazonas, diante da demanda, era preciso mais 300”, disse.
Rufino comentou que outro motivo para a paralisação é o posicionamento contrário da categoria em relação à privatização dos Correios. “O governo anunciou que vai privatizar os Correios, nós somos contra porque desempenhamos um papel social. Em muitas comunidades só existem Correios e com a privatização essas pessoas ficariam desassistidas. Além disso, seriam contratados terceirizados com menos direitos”, disse.
O vice-presidente do Sintect-AM declarou que, ao contrário do que é divulgado pelo governo federal, os Correios são uma entidade rentável “Eles falaram em tom sarcástico que ninguém mais manda carta para justificar a privatização, mas existem as cartas comerciais, faturas, boletos… também cresceram muito as encomendas com o e-commerce”, disse. Segundo ele, os Correios precisam entregar uma média de 300 encomendas, por dia, no Estado.
Em nota, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telegrafos) informou que “uma paralisação dos empregados, neste momento delicado pelo qual passa a empresa, é um ato de irresponsabilidade, uma vez que a direção está e sempre esteve aberta ao diálogo com as representações dos trabalhadores. No entanto, os Correios irão adotar todas as medidas necessárias para garantir a continuidade de todos os serviços”.
O trabalhadores do TRT também irão para as ruas. “Essas reformas não trazem benefício algum à sociedade e os servidores públicos são tão prejudicados quanto qualquer outra classe trabalhadora, por isso, estaremos todos unidos na próxima sexta, lutando pela garantia dos nossos direitos”, disse, por meio da assessoria de comunicação, o vice-presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho no Amazonas e Roraima (SitraAM/RR), Luís Cláudio Correa. Com a adesão dos servidores do TRT-11, as atividades no Fórum Trabalhista serão suspensas. “O expediente externo foi suspenso pelo pleno do Tribunal do Trabalho, referendando a mobilização em favor dos servidores. Então não vai ter atendimento na sexta-feira”, informou presidente do SitraAM/RR, Edmilson Marinho.
O Sintafisco (Sindicato dos Técnicos do Fisco Estadual) também confirmaram participação no movimento. A categoria programou uma manifestação em frente ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), na zona centro-sul da capital, às 10h desta sexta.
Entre outras entidades e movimentos populares que participarão do ato estão o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Pró-Sindicato dos Psicólogos, Movimentos de luta dos professores, MML (Movimento Mulheres em Luta (MML, Mulheres Pela Democracia, FPMM (Fórum Permanente das Mulheres de Manaus), APS, UJC (União da Juventude Comunista), CSP-Conlutas e Anel (Assembleia Nacional de Estudantes – Livre). A Greve Geral é organizada por entidades como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSP-Conlutas, UGT (União Geral de Trabalhadores), NCST (Nova Central dos Trabalhadores), MLP (Movimento de Luta Popular) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Gol
Em nota, a Gol informou que abriu a possibilidade de os passageiros anteciparem ou adiarem suas viagens, sem custo, para evitarem ser submetidos a transtornos. “Em função da eventual greve anunciada para o próximo dia 28 de abril, os clientes da Gol com voo marcado para essa data, e que desejarem remarcar sua viagem (antecipar ou postergar), poderão fazê-lo sem custo pelos canais de atendimento online ou pelo número 0800 704 0465”, comunicou a Gol.
Um belo texto camarada.
Parabéns!!!