O ano de 2017 está marcado como mais um período de grandes retrocessos na vida do povo brasileiro. O golpe e a crise foram aprofundadas. Cortes nos programas sociais, na educação, saúde, moradia, previstos no orçamento do Governo Federal para 2018.
O governo cortou verba extra de R$ 1,5 bilhão para o Fundeb e reduziu 32% nos novos investimentos do MEC.Com a reforma trabalhista, onde alteraram 100 artigos das leis trabalhistas, todas retirando direitos, no mês de novembro, quando começou a vigorar, 12,3% das vagas de trabalho foram fechadas. Enquanto Dilma criou 5,4 milhões de empregos, Temer e o golpe destruíram 3 milhões.
Foi o ano em que a gasolina aumentou 20%, o gás de cozinha 68% e a energia elétrica 42%. E não se ouviu as panelas dos que se vestiram de verde e amarelo baterem. O povo ficou mais pobre. Quase 9 milhões de pessoas passaram a viver com menos 1/4 do salário mínimo por mês.
O próprio salário mínimo teve o menor reajuste dos 24 anos ficando em R$ 954. No orçamento, era para ser de R$ 965, mas o Temer e o Meireles cortaram 11 reais dos 45 milhões de trabalhadores e aposentados que recebem o mínimo, pois queriam economizar R$ 3,3 bilhões.
Em 2017, a corrupção ganhou
Deputados federais e senadores declararam que receberam dinheiro de empresas para votar no golpe contra Dilma. Michel Temer, por duas vezes comprou deputados com cargos, verbas e favores para evitar ser julgado por corrupção. Para a Reforma da Prefeitura, as chantagens e a corrupção, no valor de R$ 38 bilhões, estão sendo usadas de forma escancarada para aprovar em fevereiro.
O jornal inglês The Guardian, em dezembro, diz que o Temer se mantém no poder, apesar das denúncias de corrupção e quase zero de aceitação popular, porque o ‘mercado’ não liga para a corrupção, tem orçamento suficiente para subornar o Congresso, e os protestos anti-corrupção eram contra a Dilma e não contra a corrupção.
É bom lembrar que em 2015 a Dilma foi sabotada pela aliança formada por Eduardo Cunha (PMDB), condenado a 15 anos de prisão, Michel Temer, denunciado por corrupção e pelo comando da organização criminosa, e Aécio Neves (PSDB), líder do golpe e da política do “quanto pior, melhor “.
O Aécio Neves foi protegido pelos senadores, apesar das denúncias e gravações mostrando que além de ladrão do dinheiro público, ele até mandava matar os amigos. Da mesma forma, mantém-se impunes Geddel (R$ 51 milhões em malas), Renan Calheiros, Romero Jucá e mais dezenas de deputados e senadores denunciados.
O governo Temer, com apoio da banda podre no Congresso Nacional e o silêncio do Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Contas, aprovou perdão de dívidas de ruralistas; isenções de R$ 30 bilhões para os bancos (apesar de estarem devendo bilhões para a previdência); e a isenção de 1 trilhão de reais para as empresas estrangeiras que vão explorar o petróleo do pré-sal por 25 anos, até o ano de 2040.
Tentaram liberar o trabalho escravo e a exploração mineral na Renca. Vão tentar de novo em 2018.
Para 2018, os golpistas querem aprovar a reforma da previdência (a proposta é de se aposentar com 65 anos se contribuir por 49 anos); pretendem privatizar o satélite geoestacionário construído por R$ 2,7 bilhões pelo Governo Federal, o que vai dificultar o acesso à banda larga da Internet na Amazônia; conceder o uso da Base de Alcântara (MA) pelos EUA; além das privatizações da Eletrobrás, Correios, Banco do Brasil e a Caixa.
Em 2017, houve resistências e enfrentamento ao golpe. Em abril, 35 milhões de pessoas participaram da greve geral em todo Brasil e em maio 200 mil pessoas ocuparam Brasília.
Mas 2018 será decisivo, pois teremos eleições. Os golpistas, com apoio de membros do STF e da grande mídia, querem agora discutir o Sistema Parlamentarista ou Semi Presidencialismo, visto que Lula vai ganhar e seus candidatos não têm aceitação popular.
Lula está com 45% das intenções de votos em dez/2017, conforme pesquisa Vox Populi. Por isso, o Judiciário, a 4a Região do Tribunal Regional Federal antecipou para 24 de janeiro deste ano em Porto Alegre-RS o julgamento do recurso de Lula, condenado sem provas pelo juiz Sérgio Moro. Querem impedir o Lula de ser candidato. Pura perseguição.
Em todo Brasil, estão sendo formados comitês ‘Em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato’.
Sim, 2018 será o ano da Esperança, de novo vencer o medo. De muita luta contra esse massacre contra os trabalhadores e trabalhadoras do País.
Será a esperança do povo, sua participação e seu voto que irá garantir um futuro de mais vida para todos e todas.
Feliz 2018. A luta continua.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
Os artigos publicados neste espaço são de responsabilidade do autor e nem sempre refletem a linha editorial do AMAZONAS ATUAL.
Vai te tratar doido!