Da Redação
MANAUS – A partir de 2019 os estudantes da rede pública do Amazonas terão livros de apoio com conteúdos regionais. As publicações abordarão cultura, hábitos e cotidiano dos habitantes da Amazônia e serão usados como ‘suplementos didáticos’. A iniciativa é do programa Amazonas Didático, lançado nesta segunda-feira, 1º, pela Seduc (Secretaria de Estado da Educação). A secretaria fundou uma editora para publicar as obras.
Em uma primeira etapa, os livros serão adotados do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e estarão disponíveis nas unidades de ensino a partir do 2º semestre de 2019. A próxima etapa atenderá aos alunos do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
“A gente tem tanto professor competente, tanto técnico de qualidade, mais de dez universidades particulares, e a gente importando conhecimento, trazendo livros de outras regiões do País, com os nossos técnicos e professores colocados de lado. Resolvemos fazer um programa não para nos rebelarmos contra os outros estados. Nós não queremos perder a necessária configuração genérica, global, do conhecimento, mas a gente não precisa mostrar um trem como meio de transporte para o caboclo amazonense. Que tal mostrar uma canoa ou um motor de rabeta?”, disse o secretário de Educação Lourenço Braga.
“A gente tem esse conhecimento e a gente tem essa realidade. É nesse sentido de prestigiar a qualidade técnica dos nossos professores que resolvemos implantar esse programa, que vai nos permitir, em 2019, ter todos os nossos livros escritos aqui e entregues aos nossos professores e alunos, para estudarem o mundo a partir daqui, para estudarem a história geral a partir da história do Amazonas, para conhecer o Brasil a partir do interior do Amazonas”, afirmou Braga. Os livros serão editados pela Educação Amazonas, editora da própria Seduc.
A coordenadora do programa, Luciana Cáuper, explicou que o material didático funcionará como um complemento dos livros didáticos que já são utilizados nas escolas da rede estadual. “Esse conteúdo é contextualizado, interdisciplinar, regionalizado, está pautado na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), na proposta curricular do Estado. Aderimos ao programa do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) e esse material vem como um suplemento didático, traz questões contextualizados, que vão também atender avaliações externas, o dia-dia do nosso aluno, do nosso caboclo, do nosso indígena e do ribeirinho, questões próprias regionais, tudo isso aliado à pesquisa científica, tecnologia”, explicou Cauper.