Na reta final da campanha eleitoral, os candidatos ao Senado que lideram as pesquisas de intenção de voto – Omar Aziz (PSD) e Francisco Praciano (PT) – decidiram incendiar uma disputa que se mostrava muito fria até o debate realizado pela TV Record News Manaus, na última quarta-feira, 17. Desde então, os candidatos passaram a usar a artilharia nas redes sociais. O pontapé inicial desse jogo mais duro foi dado por Praciano no final do debate. Ele usou o tempo reservado às considerações finais para atacar Omar, que respondeu no mesmo tom. Praciano trouxe ao programa a denúncia de que o adversário havia contratado uma empresa por R$ 133 milhões para fiscalizar obras, mas que nem obra havia para fiscalizar, porque o governo de Omar e Melo só têm placas de obras. Omar ganhou direito de resposta e disse que Praciano perdeu o discurso, que jogou por terra a sua história política ao se aliar com um candidato (Eduardo Braga) que ele denunciou à Justiça. A briga não terminou com o debate. No dia seguinte, nas redes sociais, ambos repercutiram o episódio e as equipes de campanha não economizaram nas palavras para tentar desqualificar o adversário.
Nesta sexta-feira, a coligação da qual Praciano faz parte ingressou com representação contra Omar por abuso de poder, embalado pela denúncia formulada um dia antes pelo Ministério Público contra os candidatos José Melo e Henrique Oliveira, acusados de usarem a estrutura da Polícia Militar na campanha eleitoral. Praciano sustenta que Omar, assim como Melo e Henrique, também se beneficiou de estrutura do Estado para a sua campanha.
A ação de Praciano, no entanto, soa como uma atitude quase desesperada num cenário em que Omar Aziz tem larga vantagem nas pesquisas de intenção de voto. É a mesma estratégia que o PT está usando contra Marina Silva (PSB), que ameaça a reeleição de Dilma Rousseff. Lá a estratégia tem dado resultado, mas o crescimento de Dilma é pequeno comparado com o que Praciano precisaria crescer para chegar próximo de Omar.