Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Dos 24 deputados eleitos para a ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) em 2014, 11 já deixaram os partidos pelos quais foram eleitos. Desde o dia 7 de março, quando abriu-se a janela partidária, período em que a Justiça Eleitoral permite a troca de legenda sem o risco de perda do mandato, o troca-troca se intensificou e a Casa pode chegar no dia 7 de abril (fim da janela) com pelo menos a metade dos parlamentares em siglas diferentes das que iniciaram o atual mandato.
Não fazem mais parte dos partidos pelos quais foram eleitos Belarmino Lins, o Belão; Adjuto Afonso, Vicente Lopes, Dermilson Chagas, Luiz Castro, Platiny Soares, Sidney Leite, David Almeida, Dr. Gomes, Alessandra Campêlo e Bosco Saraiva. Este último não é mais deputado. Trocou a ALE-AM pelo cargo de vice-governador do Amazonas.
Nesta terça-feira, o presidente da ALE-AM, David Almeida, anunciou a decisão de se filiar no PSB. O ato de filiação será na próxima quinta-feira, 22.
Fiéis, por enquanto
Mantém-se no mesmo partido de 2014, pelo menos até aqui, Wanderley Dallas, José Ricardo, Sinésio Campos, Carlos Alberto, Abdala Fraxe, Orlando Cidade, Cabo Maciel, Sabá Reis, Augusto Ferraz, Josué Neto, Ricardo Nicolau, Serafim Corrêa e Bi Garcia. Este último não é mais deputado. Deixou o cargo pelo de prefeito de Parintins.
Com a abertura da janela partidária, no dia 7, o deputado Platiny Soares despontou na ALE-AM como o parlamentar que mais trocou de partido nesta legislatura. No seu primeiro mandato, o político mais jovem da Casa está na terceira legenda. Apontado como o representante dos policiais militares, em 2014, ele foi eleito pelo PV, depois mudou para o DEM, e neste mês assinou ficha de filiação ao PSL.
Os três mais
Quando confirmarem suas novas legendas, Dermilson e Belão se juntarão a Platiny no topo dos que mais mudaram de partido. Dermilson foi eleito em 2014 pelo PDT, mudou para PEN/Patriota, e este mês anunciou que vai para outro partido. Ainda não disse qual. Belarmino se reelegeu pelo PMDB, migrou para o Pros, e este mês também avisou que está de saída de lá. Ainda não informou para onde vai.
Dermilson não vê anormalidade no processo de mudança de partido. Para o político, há lideranças partidárias que se apossam das legendas a ponto de quem não se sujeita a seus interesses não ter outra alternativa a não ser buscar outra sigla. Segundo o deputado, esta foi a razão que o fez sair do PDT, em 2015.
“Tem gente que acha que é dono e trata o partido como seu. E impede muitas vezes das pessoas continuarem no partido. Então, você procura um lugar aonde você se sinta bem, não pressionado, ameaçado. Esse é o fato”, afirmou Derlmilson. Sobre a saída do PEN/Patriota, o deputado disse que deixa a sigla por falta de musculatura política para estas eleições, e também por falta de apoio da direção nacional.
“O PEN, infelizmente, não tem fundo partidário e não tem tempo de TV. E o presidente nacional (Adilson Barroso) também não ajudava em nada. Só cobranças e mais cobranças, sem dar condições de nada”, disse Dermilson. Segundo ele, ao entrar na sigla, o PEN/Patriota só tinha diretório no Careiro Castanho. Hoje está nos 62 município. O deputado disse que ainda não decidiu qual a nova sigla que irá se filiar.
Mário Bastos, que assumiu o mandato de Bi Garcia, em 2017, até agora, não manifestou interesse em deixar o PSD. Assim como Domarques Mendonça, do PSDB, que assumiu a vaga de Bosco Saraiva.
Os partidos que mais perderam deputados foram o PSD, do senador Omar Aziz, duas vezes; o PMDB do senador Eduardo Braga, duas vezes; e o Pros, liderado até 2017 pelo ex-governador José Melo. Atualmente a sigla está nas mãos de Henrique Oliveira.